Retrospectiva: Em um ano dominado pela pandemia, a nossa luta só se intensificou
A cada ano que passa, a impressão que fica é de que nossas retrospectivas ficam mais difíceis de serem elaboradas. E 2020 não fugiu à regra e foi além: “conquistou” o título de ano mais atípico da história recente. A pandemia de covid-19 forçou todo o planeta a tirar o pé do acelerador e mudou a agenda de todos. Aliás, todos tivemos de nos reinventar de alguma forma – e a Afubesp não foi exceção. Manter-se fiel ao propósito de sua existência não é pra qualquer um. Em tempos como o que vivemos, seria bem mais fácil nos isolarmos na quarentena e esperar a tempestade passar. Entretanto, ao contrário disso, agimos.
Nos meses que antecederam a tempestade, tivemos as eleições estatutárias para o Banesprev com vitória da chapa de unidade, e denunciamos os ataques de sempre do Santander – entre elas, a alteração da marcação de mercado dos ativos financeiros do Banesprev. Já na edição de fevereiro do Jornal Afubesp, abordamos na capa a ameaça global que o novo coronavírus impôs e a desinformação que se seguiu, mesmo sem sabermos àquela época a dimensão que a doença tomaria.
Quando o mês de março trouxe a confirmação do agravamento da pandemia e o início do contágio no país, não houve alternativa a não ser fechar a sede da associação e primar pela saúde e segurança tanto dos associados quanto dos funcionários e diretores. Isso não significa que o trabalho foi pausado: não houve trégua mesmo em meio à pandemia que nos fez perder tantos colegas. No pacote de maldades do Santander ao longo desses meses encontramos demissões sem justa causa, sobrecarga de trabalho, desrespeito às jornadas e aos acordos firmados – como a criação de um plano de benefícios no Banesprev sem negociação e assédio para migração -, ameaças na Cabesp, entre outros muitos ataques.
Apesar de ter colocado seus funcionários do grupo de risco em home office, o Santander foi o primeiro banco a realizar demissões mesmo tendo firmado compromisso de não fazer cortes durante a crise. Em resistência, fomos para as portas do Santander munidos de faixas, álcool gel e máscaras, que não nos impediram de protestar. Enveredamos de vez no mundo digital para participar de conferências, reuniões internas e de negociações com os representantes do banco. Foram horas e mais horas em frente às telas dos computadores, celulares e tablets para barrar desmandos, para defender direitos.
A tecnologia durante este ano foi uma aliada essencial. Foi por meio virtual que realizamos eleições – como da diretoria da Afubesp, em maio, e SantanderPrevi em setembro -, assembleias para decidir sobre uma atípica campanha salarial e sobre o Aditivo, e afins. Sacrificamos noites para conversar pela internet com os associados respondendo e-mails, mensagens e realizando programas ao vivo pelas redes sociais que levaram informação e tiraram dúvidas.
Dúvidas estas que chegaram aos montes, principalmente a respeito do Novo Plano de Contribuição Definida (CD) do Banesprev, assunto muito abordado neste ano. Um plano que o banco vem tentando fazer palatável aos participantes, mas que traz prejuízos e só é bom mesmo para o Santander. Na tentativa de desarmar as armadilhas, realizamos sete lives no intuito de esclarecer os colegas sobre o que se trata de fato o plano, com a orientação da não migração. Uma live especial de encerramento de ano foi transmitida no dia 17 de dezembro. Para rever, assista no canal da Afubesp no Youtube!
A união entre as associações e sindicatos foi muito importante para garantir que o Santander não tivesse êxito em suas tentativas de modificar as joias dos banespianos a seu bel-prazer. Tudo isso, no ano em que a privatização do Banespa completou 20 anos. Na Cabesp, o banco tentou alterar a rede credenciada com a justificativa de reestruturação da Caixa. No Banesprev, além do famigerado Plano CD, há a tentativa de alterar o Estatuto passando por cima da vontade da Assembleia de Participantes que já havia rejeitado a proposta previamente.
Nos dois exemplos, uma coisa em comum: nada foi discutido plenamente com os representantes antes de ser colocado em prática. O resultado disso é que fechamos o ano em meio a uma batalha judicial, em que a Justiça reiteradamente se coloca a favor dos participantes por perceber a postura autoritária do banco. E essa luta ainda vai longe.
Neste ano a saúde mental veio à tona em razão do isolamento social, e sabemos que oferecer cultura e entretenimento aos associados faz toda a diferença. Pensamos em cada detalhe, inclusive em como manter o programa Qualidade de Vida neste período em que as atividades presenciais não são viáveis. A iniciativa do #QVNaQuarentena foi a nossa forma de abraçar nossos sócios mesmo à distância, e foi um sucesso: foram dezenas de aulas via redes sociais de yoga, ginástica, meditação – além de palestras e atividades musicais, todas em transmissão ao vivo. Todas elas podem ser vistas novamente pelo YouTube. Planejamos um retorno consciente e seguro para atender os associados em nossa sede, investindo em equipamentos e tecnologia.
Falando em retorno, é bom lembrarmos: a pandemia não acabou. Ainda que o ano esteja no fim e estejamos cansados da quarentena e do vírus, vamos ter em mente durante as festas que o perigo ainda está circulando. Não é o momento de relaxar nos cuidados e na prevenção, e só o distanciamento social pode nos manter seguros. Use máscara, evite aglomerações, higienize sempre as mãos. O próximo ano nos traz a esperança do início da vacinação no país, mas até lá a única segurança que realmente temos é a nossa consciência coletiva.
Vamos todos nos cuidar para que os nossos encontros e abraços voltem a acontecer o mais rápido possível. No mais, seguiremos sendo resistência e lutando pelos seus interesses, hoje e amanhã. Continue acompanhando a Afubesp, pois estamos sempre em movimento!
Desejamos um Natal de paz e um 2021 cheio de esperança, saúde e renovação para todos os associados e familiares.
Afubesp