Oliver Simioni recebe homenagem no Qualidade de Vida
“Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.” O verso de Bertold Brecht se encaixa como uma luva para descrever Oliver Simioni, um dos ícones da luta contra a privatização do Banespa, alguém cuja trajetória de vida se confunde com a da luta dos funcionários do banco pelos seus direitos.
Mas esse é apenas um longo capítulo na vida desse personagem, que segue escrevendo sua história sempre com os olhos voltados para o bem comum, pelos direitos dos trabalhadores, pela dignidade humana. Para homenageá-lo e comemorar seus 80 anos – 57 anos deles como banespiano -, o Programa Qualidade de Vida preparou uma surpresa: sob o pretexto de debater a memória dos Banespa, o programa reuniu dirigentes sindicais, companheiros de jornadas, família e amigos, no dia 25 de outubro, no auditório da Afubesp.
Foi uma tarde recheada de recordações. A cada novo relato feito pelos presentes foi evidenciado como Simioni é admirado por sua determinação, coerência, forma de ser e agir – que não difere uma da outra. Também foram ressaltados períodos marcantes de sua caminhada até aqui – desde sua participação na luta contra a ditadura, no movimento estudantil e sindical, passando pela atuação eficaz como Diretor Representante, até sua persistência ainda nos dias de hoje na luta intransigente pelos direitos dos banespianos como diretor da Afubesp e integrante da CNAB (Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa).
Muitos quiseram falar sobre ele e quem não pôde comparecer mandou mensagens para serem lidas no decorrer do ato. A emoção foi tamanha que não faltaram lágrimas, no semblante do homenageado, bem como nos rostos dos presentes.
Antes do bolo, porque em toda comemoração é preciso ter um, Oliver falou que foi grata a surpresa de receber a homenagem. Emocionou-se com as lembranças compartilhadas pela família, pelos companheiros de luta contra a ditadura, de trabalho no Corep e na Direp. Agradeceu a todos que estavam presentes, aos que mandaram mensagens, mas não se esqueceu daqueles que tombaram no caminho nos anos de chumbo, “em função de um ideal para combater um regime que não respeitava as liberdades democráticas. Gostaria que eles estivessem aqui para comemorarmos seus 60, 70, 80 anos…”, comentou.
Ao final, reafirmou sua postura de sempre: a de respeito ao próximo, de agir com honestidade por aquilo que se acredita. “Se estou representando é para representar mesmo. Eleger é passar uma procuração para pessoa. Trabalho pelo coletivo”. E deixou mais uma mensagem, simples, mas inspiradora para os dias atuais, tão atribulados: “a vida tem que ser natural como o ar que a gente respira”.