Autoritarismo marca, mais uma vez, assembleia da Cabesp
Mais uma vez, a condução da assembleia da Cabesp foi marcada pela falta de democracia. Isso porque, como no ano passado, o presidente da Caixa Beneficente abriu as urnas para a votação antes dos debates e dos oradores fazerem uso da palavra. Resultado: esvaziou ainda mais o evento, que já tinha baixo quórum.
Herbert Moniz, coordenador da CNAB (Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa), questionou o presidente da mesa como ficaria caso, após os debates, ele mudasse de opinião. “Eu posso pegar minha cédula da urna e alterar o meu voto?”, lamentou ao final a forma antidemocrática com que os trabalhos foram conduzidos.
O presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, criticou também identificação da cédula, com uma etiqueta no verso que contém o nome e a matrícula do associado, quebrando o caráter de voto secreto. “Da forma engessada como é atualmente na assembleia da cabesp, é impossível apresentar qualquer ressalva. Isso é absurdo!”, comenta. Para ele, o ideal seria que o processo fosse semelhante ao do Banesprev, onde os presentes se manifestam, ouvem os debates e, apenas depois disso, exercem o direito de votar.
Outro ponto abordado por Fernandes durante o evento foi o recorrente comentário do presidente da Cabesp que, sempre ao apresentar os números, fala que futuramente as contribuições deverão passar por reajustes. “Não justifica falar de perspectiva de reajuste no cenário atual da Cabesp, que apresenta superávit de mais de R$ 560 milhões e patrimônio de mais de R$ 6 bilhões”.
Essa postura da atual gestão da Cabesp leva os banespianos crerem que, ao invés de investir efetivamente em prevenção de doenças e a saúde dos banespianos, o que mais importa é apenas a questão financeira.
Por fim, presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, solicitou à Direção da Cabesp a abertura de um canal de diálogo com as entidades e sindicatos para a discussão da co-participação. “Já está mais do que na hora de rediscutirmos esse assunto, pois ela foi criada em um momento de dificuldade financeira, o que hoje não é o caso”, conclui.
Carmen Meireles, conselheira fiscal eleita suplente, reivindicou que todos os suplentes também fossem convocados para participar das reuniões do Colegiado, o que hoje não ocorre. “Ficamos alheios a tudo, pois não podemos participar das reuniões. Queremos ter o direito de nos manifestar, mesmo que sem direito a voto, como é no Banesprev. É uma questão de governança”, explica Carmen.
No que diz respeito ao Cabesp Família Vagner Cabanal, que já foi diretor administrativo da Cabesp, protestou contra os aumentos abusivos que vem sofrendo os associados. Ele também reforçou a necessidade da revisão da questão da co-participação.
Afubesp
Foto: Jamil Ismail