Sem qualquer retorno social, lucro do Santander cresce 27,8% no 1º trimestre do ano

O Santander Brasil divulgou na última semana seu balanço financeiro referente ao 1º trimestre de 2025. O lucro líquido gerencial alcançou R$ 3,861 bilhões, representando um crescimento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2023. Um número impressionante, mas que revela um contraste cruel: enquanto os lucros disparam, a responsabilidade social é praticamente nula.
Apesar do crescimento expressivo do lucro no ano, impulsionado principalmente pela expansão da margem financeira (+7,7%) e pela margem com clientes (+9,5%), o resultado evidencia uma contradição já conhecida pelos trabalhadores: o aumento da rentabilidade da instituição ocorre ao mesmo tempo em que há redução de postos de trabalho e fechamento de unidades.
A holding encerrou o trimestre com 55.303 empregados — um crescimento de apenas 93 vagas em doze meses, mas com corte de 343 postos de trabalho apenas nos três primeiros meses do ano. No mesmo período, o banco encerrou 299 lojas e 184 Postos de Atendimento Bancário (PABs), demonstrando uma estratégia de enxugamento da estrutura física, que impacta diretamente os trabalhadores e o atendimento à população.
Santander lucra com o Brasil, mas vira as costas para os brasileiros
Segundo Maria Rosani, presidenta da Afubesp, o banco estrangeiro age com descaso diante de milhares de aposentados que dependem de benefícios complementares para sobreviver. “Temos pessoas muito idosas e doentes, sem mais condições de voltar ao mercado de trabalho, correndo o risco de perder a complementação e o plano de saúde. O Santander quer mesmo empurrar esses brasileiros para a fila do SUS e os orçamentos já sobrecarregados do Estado?”, denuncia Rosani.
As ações do banco vão além do descaso – beiram a arbitrariedade. Mudanças unilaterais no estatuto do Banesprev, segregação de diretores eleitos, e transferência de áreas estratégicas para apadrinhados do patrocinador compõem um roteiro de desmonte. Tudo isso sem a mínima transparência ou participação dos interessados em assembleia.
Não bastasse o ataque aos aposentados, os trabalhadores da ativa também enfrentam um ambiente hostil: demissões em massa, metas abusivas e terceirizações irregulares revelam a face mais perversa de uma gestão que prioriza acionistas e ignora pessoas.
Enquanto enriquece com o trabalho e o consumo dos brasileiros, o Santander ignora princípios básicos de responsabilidade social. Até quando um banco que tanto lucra às custas do Brasil continuará tratando seus funcionários e aposentados como números descartáveis?
Afubesp, com informações da Contraf-CUT