Dia do Orgulho LGBTI+: luta contra discriminação e violência crescente no Brasil
Em 28 de junho, próximo domingo, é celebrado mundialmente o Dia do Orgulho LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Pessoas intersex), que completa 51 anos de luta contra o preconceito e conquista de direitos. A data faz referência à Revolta de Stonewall, ocorrida em 1969, em Nova Iorque, quando frequentadores do bar Stonewall Inn decidiram se rebelar contra as violentas e frequentes batidas policiais no local.
Este levante contra a perseguição policial às pessoas LGBTI+, que durou mais de duas noites, resultou no ano seguinte na organização da 1° Parada do Orgulho LGBT, realizada no dia 1° de julho. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBT acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.
Em 2020, com o cancelamento de mobilizações políticas e culturais nas ruas, devido à pandemia do novo coronavírus, a Parada Gay de São Paulo, uma das maiores e mais famosas do mundo, ganhou sua versão online, assim como manifestações em defesa dos direitos LGBTI+ tomaram as redes sociais.
Violência contra LGBTI+ no Brasil
O Brasil segue como um dos países que mais matam transexuais e travestis no mundo, segundo dados da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Em 2019, foram pelo menos 124 casos. Além disso, o país passou para 68º ante ao 55º em 2018, no ranking de países seguros para a população LGBT.
“É vergonhoso e desumano para o país carregar essa triste marca. E, infelizmente, não há se quer por parte do poder executivo federal políticas afirmativas de proteção à população LGBT”, critica Anderson Pirota, coordenador do Coletivo LGBT do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.
Direito conquistado
A população LGBT, organizada em Sindicatos, Associações, Diretórios Estudantis e outros espaços, conquistaram o direito de ser doadora de sangue. Em maio passado, por 7 votos a 4, o STF derrubou a restrição de doação de sangue por homossexuais, tornando inconstitucional a proibição e considerando as regras da Anvisa e do Ministério da Saúde discriminatórias.
Até então, a resolução nº 34, de 2014, da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e a portaria nº 158, de 2016, do Ministério da Saúde, determinavam que homossexuais e transexuais não podiam doar sangue, mesmo que os bancos de sangue estivessem com baixo estoque.
“Esse é o caminho da organização dos trabalhadores em Sindicatos, Associações, Diretórios Estudantis e outros espaços que discutem e deliberam sobre a pauta LGBT. Apoiar esta luta é dar visibilidade a uma pauta que sofre com os ataques de uma parcela conservadora da sociedade calcada num discurso de ódio”, completa Pirota.
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