Desigualdade salarial persiste na categoria bancária e mulheres são as mais afetadas

No cenário do mercado financeiro, as mulheres enfrentam uma batalha constante por igualdade salarial e dignidade no ambiente de trabalho. Dados revelam que as mulheres bancárias foram as mais afetadas pela movimentação do emprego no ano passado, enfrentando menor contratação e salários significativamente inferiores em comparação aos homens.
De acordo com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), as mulheres bancárias recebem em média 22,2% menos que seus colegas masculinos. Esse cenário se agrava ainda mais para as mulheres negras, que enfrentam uma disparidade salarial de até 40,6% em relação aos homens brancos na mesma posição.
Apesar da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prever a equiparação salarial entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções, a realidade persiste com uma grande diferença remuneratória entre os gêneros.
A Lei n° 14.611/2023, sancionada em junho, trouxe inovações significativas para combater essa disparidade. Uma das medidas mais importantes foi a obrigatoriedade da equiparação salarial, que deve ser verificada por meio documental, ampliando as formas de fiscalização e impondo multas administrativas significativas para os empregadores que não cumprirem a legislação.
Outra ferramenta introduzida pela lei é o relatório de transparência salarial, que torna obrigatória a divulgação das disparidades salariais dentro das empresas com mais de 100 funcionários. Essa medida visa tornar mais evidente qualquer discriminação de gênero e fornece uma base para ações corretivas.
Assédio moral também é um desafio para mulheres bancárias
Além da desigualdade salarial, as mulheres bancárias também enfrentam o desafio do assédio moral no ambiente de trabalho. Com um número reduzido de mulheres em cargos de liderança e gestão, o mercado financeiro ainda é um terreno propício para práticas discriminatórias e abusivas.
Muitas vezes, o assédio moral é manifestado de forma sutil, por meio de comentários depreciativos, exclusão social ou sobrecarga de tarefas. Essas experiências podem ter impactos negativos na saúde mental e no bem-estar das mulheres, minando sua autoconfiança e prejudicando seu desempenho profissional.
Diante desse cenário, o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens propõe iniciativas para combater o assédio moral e promover a igualdade de gênero em todos os níveis hierárquicos.
É necessário que a sociedade e as empresas reconheçam e enfrentem esses desafios, garantindo que as mulheres bancárias sejam valorizadas e respeitadas em seus locais de trabalho. A luta por igualdade salarial e dignidade no ambiente profissional é fundamental para construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.
Fontes: Gov, Contraf