Congelamento funcional: condição que te paralisa por conta da sobrecarga mental

A discussão sobre a saúde mental é tão necessária quanto complexa, que não se resume sempre ao diagnóstico de depressão. É comum que as pessoas, sejam por excesso de tarefas e atividades, experimentem uma paralisia momentânea ou prolongada, tanto física como mental. Às vezes, ações simples como focar no trabalho ou levantar do sofá são tarefas difíceis a quem vive essa condição. chamada por psicólogos como “congelamento funcional”.
O psicólogo Mateus José dos Santos, especialista em disfunções mentais, explica o problema. “É como se a energia e a motivação simplesmente sumissem, deixando o corpo numa batalha silenciosa pela sobrevivência. Coisas simples, como tomar banho, podem parecer extremamente difíceis. Isso faz com que a pessoa fique presa em um ciclo de adiar as coisas, sem conseguir dar o primeiro passo”, afirma. Ficar horas seguidas no celular ou se distraindo com telas são geralmente muletas nessas situações quando o corpo busca a dopamina, hormônio relacionado ao prazer.
Mesmo nesse estado de inércia, a pessoa ainda assim deseja realizar tais ações, criando frustração e até mesmo vergonha. O congelamento funcional tem como maior fator de risco o estresse e a sobrecarga mental. Logo, a melhor forma de sair desse congelamento seria atendendo as necessidades de descanso da mente. Porém o que fazemos é o oposto: descansamos apenas o corpo, mas nossa mente continua ativa – o que pode piorar o quadro.
Abaixo, alguns sintomas:
-Sobrecarga cognitiva
-Acúmulo de pensamentos e informações
-Exaustão emocional
-Diminuição da capacidade de memorização e atenção
-Aumento da ansiedade
-Diminuição da motivação e produtividade
-Diminuição da autoestima e da autoeficácia
-Sensação de perda do sentido da vida
“Começar a recuperar a energia e a motivação ocorre aos poucos. Mas esse processo requer paciência, resiliência e gentileza consigo mesma. Lembrar que o objetivo principal é se sentir bem e lidar com a situação pode ser uma luz no fim do túnel para a superação”, diz o especialista.
Letícia Cruz – Afubesp