BANESPIANOS FAZEM AQUECIMENTO PARA CAMPANHA SALARIAL
O tema foi primaveril, mas o tom dos oradores no ato de abertura da campanha salarial dos banespianos aponta para um período de muita luta em defesa da manutenção do acordo coletivo e da garantia de emprego do funcionalismo. O ato foi realizado na manhã de hoje, em frente ao prédio da Agência Central, na capital paulista.
O quarteto de cordas Engenho Barroco deu o toque musical do evento, cujo encerramento contou também com a apresentação dos bailarinos da Cia Nova Dança 4. A música, a dança mais o panô decorado com inúmeras e coloridas flores compuseram um cenário harmônico com o mote da campanha escolhido pela Executiva do Comando Nacional Banespa: “Nessa primavera nosso jardim será mais florido”.
“Mas para o jardim florescer os banespianos precisam continuar firmes na luta em defesa de seus direitos”, adverte o vice-presidente da Afubesp, Cido Sério, dizendo esperar uma participação expressiva dos funcionários na campanha para assegurar suas conquistas.
A diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Karina Prevides, responsável pela organização do ato, também destacou a imperiosidade da mobilização do funcionalismo para uma campanha vitoriosa. “É responsabilidade de cada um lutar pela preservação do acordo.”
No ato. Todos os pronunciamentos feitos no ato enfatizaram a importância de os banespianos se engajarem firmemente na campanha salarial como condição para a garantia de seus direitos.
Cido destacou a necessidade de engajamento também nas eleições municipais deste ano, para eleger o maior número de prefeitos e vereadores contrários à política econômica de FHC/Covas e defensores da volta do controle acionário do Banespa para o Estado de S. Paulo.
Nada de migração. O diretor eleito da Cabesp, Antônio Carlos Conquista, reafirmou a orientação para que os banespianos resistam ao golpe da migração de seguros, uma jogada dos interventores destinada a transferir para o banco recursos da caixa de assistência à saúde dos funcionários. “Sem política para o Banespa, eles vêm buscar na Cabesp os recursos para alavancar o banco para uma possível privatização, sem nenhuma compensação para a caixa. Não podemos aceitar.”
Dívida externa. O diretor Silvio Aragusuku, da Afubesp, conclamou os banespianos a participarem do plebiscito da dívida externa que será realizado na primeira semana de setembro. Assunto destacado também pelo secretário-geral da CUT Estadual e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João de Oliveira (Joãozinho).
A edição do Jornal da Afubesp que irá para as agências na próxima semana traz mais informações sobre o plebiscito.
Rasteira. O presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, comentou o “desprazer” de ter participado da sessão do pleno do Supremo Tribunal Federal que julgou constitucional o artigo 4º da MP 1.984 (a MP do Banespa). Desprazer, segundo ele, pela pobreza de conteúdo dos votos de alguns ministros e desrespeito pelo que estava sendo votado. Ressaltou, porém, que a “boa luta ainda nem começou”.
Rondino afirma que não foram esgotados os mecanismos de atuação no campo jurídico, que há muito chão para a luta política e conclamou os banespianos a acelerarem o passo para derrotar o governos Covas e FHC e os prepostos do Banco Central.
“Eles podem ficar cantando vitória, mas nós vamos dar uma rasteira neles de novo”, disse, referindo-se às declarações que considerou ufanistas e demagógicas do diretor de Finanças Públicas do Banco Central, Carlos Eduardo de Freitas.
Freitas disse que a decisão do STF representou uma vitória do País. “A decisão milita a favor do desenvolvimento econômico, das pessoas de renda mais baixa e da igualdade social.”
Além dos citados, também deram seu recado na manifestação o banespiano Fábio Bosco, candidato a prefeito de São Paulo pelo PSTU, o diretor representante Oliver Simioni e o diretor administrativo do Banesprev, eleito pelos funcionários, José Roberto Siqueira Junior.
fonte: AFUBESP