Sindicalista e escritor
Banespiano catarinense tem três livros publicados e já escreve sua quarta obra
Primeiro bancário, depois sindicalista, no meio do caminho escritor. Tudo junto e misturado. Estas são as atividades do banespiano Edegar da Cunha Generoso, catarinense de Sombrio, que vem construindo sua história em Criciúma, dentro e fora do Banespa, cujo ingresso ocorreu em 1991.
Depois de se tornar bancário, já no meio da família banespiana, ele encontrou outro viés da sua jornada, a de defender os trabalhadores de sua categoria. Em 1998, passou a integrar o movimento sindical local, época em que a luta contra a privatização do banco estava a todo vapor. “Foi um período marcante para todos os banespianos. Estas marcas têm dois aspectos: um positivo – pelo forte sentimento de coletividade; e outro negativo – pelo terrorismo que as diversas diretorias do banco exerciam sobre os trabalhadores com ameaças de demissão e de fechamento de agências”, lembra Generoso.
Para ele, esses anos de batalhas pela manutenção do Banespa estatal foram fundamentais no que diz respeito à sua formação no mundo sindical. Em meio às suas recordações fala daquele que lhe serviu de exemplo: “Ademir Wiederkehr, que na época era do Corep (hoje diretor da Afubesp e da Contraf), fazia um forte trabalho no Sul do país. A sua persistência e o seu esforço para levar ânimo, para incentivar o engajamento de cada um e de todos nessa luta são dignas de um grande guerreiro. O seu exemplo de líder incansável é marcante na minha formação como sindicalista”, lembra. Atualmente, Generoso é presidente do Sindicato dos Bancários de Criciúma.
Nesse meio tempo, entre a rotina de trabalho, muitas vezes, massacrante de bancário e a árdua vida de sindicalista, o banespiano tomou gosto pelo ofício de escrever. “Foi um desabrochar de um talento que estava oculto de mim mesmo”, explica.
Generoso conta que tudo começou com uma brincadeira na agência em Criciúma, junto com outras duas funcionárias. “Montamos uma coluna no mural, chamada ‘As Crônicas da Vida Banespiana’. Éramos três: uma desenhista (a Vanessa Carvalho da Rosa) e dois redatores – eu e a Cristina Valcanaya. A cada semana um de nós escolhia um fato engraçado do cotidiano da agência e o transformava numa pequena crônica, passava para a Vanessa para que ela pudesse ilustrá-la. Foi um período criativo e divertido. Dessa experiência me descobri escritor de estórias”.
Mas, ao contrário do que possam imaginar, o banespiano não escreve sobre lutas, direitos dos trabalhadores ou assuntos relacionados ao tema. Escreve poesias, contos, crônicas, no melhor estilo contador de estórias, como ele mesmo se classifica.
Segundo Generoso, uma atividade não atrapalha a outra. “Um escritor tem de criar, para criar tem de sonhar. Um sindicalista que não sonha não consegue lutar. Sinto que esses dois aspectos da minha vida são complementares.”
E foi assim que nasceram suas obras, três até hoje. As duas primeiras são de poesias – Flores e Amores e Trilhas e Sonhos – feitas em parceria com João Marino Vieira. Já seu último livro, O Menino Príncipe, lançado em 2009, reúne contos que falam sobre a curiosidade e a criatividade de uma criança cheia de imaginação e seu relacionamento com o pai, um jardineiro.
De redação leve com toques de humor e sensibilidade, este último livro foi inspirado em “tiradas” de seu filho caçula, que hoje está com 14 anos. “Percebi semelhanças com O Pequeno Principe, de Exupéry e fui anotando-as, porque intuí que aquilo ‘dava samba’ e por fim saiu o livro, simples, cheio de histórias e poético como a própria vida é”, diz.
E como ideias não faltam, o sindicalista-escritor diz que já está gerando uma nova obra: “Estou gestando ‘O Livro de Jonas’, que trata da história de um homem na chamada crise dos 40 anos. Tem nome, ideias e enredo; a escrita está devagar, mas está brotando”, conclui.
Érika Soares – Afubesp
Foto: Arquivo pessoal
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