Associados se manifestam de forma espontânea na porta da Cabesp

Antes mesmo de começar a reunião na sede da Cabesp, na última segunda-feira, dia 29, cerca de 140 associados, vários vindos de outras cidades paulistas, se encontraram na frente do prédio para manifestar-se contra o convênio com a rede Dasa e protestar contra as mudanças que vem ocorrendo. A organização dos participantes foi espontânea, por meio das redes.
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A insatisfação foi estampada em cartazes, que diziam a “Cabesp é nossa”, “A Cabesp é mais que um plano de saúde”, “Queremos uma Cabesp humana”, entre outras frases de ordem.
Entre os manifestantes estava Maria Aparecida Semenzin Martins, que considera a Cabesp o que há de melhor na vida de aposentado de Banespa. “A gente tá aqui, porque essa nova diretoria quer limitar o número de laboratórios e de médicos. Temos os mais tops, os melhores e uma infinidade de opção de escolha. Eles querem limitar a três. É uma rede que nem é da qualidade que a gente tá acostumado a usar. Precisamos mostrar pra essa diretoria que não vamos aceitar de jeito nenhum”, disse à imprensa da Afubesp. Ela continuou: “a Cabesp é patrimônio nosso, dos antigos aposentados. E se disserem que a Cabesp está em situação financeira ruim, não está. A Cabesp tem mais de 10 bilhões aplicados, porque nós sabemos e acompanhamos. Qual o interesse? Ela tá sendo mandada pelo Santander? Pelos espanhóis? Isso aqui é um pequeno número, mas todo mundo está se manifestando, formando grupos no whatsapp, se reunindo nas cidades. Todo mundo de olho e não vamos deixar fazer essas mudanças não. É uma conquista nossa, a Cabesp é nossa. Nunca tive problema com a Cabesp, sempre fomos muito bem atendidos. Os médicos dizem que é a melhor assistência médica. O medo é a mudança, o medo de perder a qualidade. A gente começou a pagar com 18 anos e praticamente só pagava, porque éramos jovens. Hoje, aposentados, é a hora que a gente mais precisa.”
A idade também não impediu que Ivone Vanir Petroni fosse até o ato defender seus direitos. “Todos os funcionários deveriam estar aqui. É uma manifestação para todos. É um momento difícil, complicado, principalmente para os mais velhos de banco, Cabesp, e de idade. Ouvi dizer que até o home care vão tirar; os melhores laboratórios estão tirando. Não sei qual é a intenção deles. A gente espera que tenhamos hospitais bons e uma assistência médica a altura da gente que tanto deu para o banco. Estou com 74 anos, é o momento que mais preciso… Só tive um problema, me ligaram da Cabesp, um enfermeiro, perguntando motivo que eu estava fazendo muitos exames. Com a minha idade, sou diabética e isso é uma preocupação do meu médico, é um cuidado que ele tem com a saúde do paciente. Faço exames de quatro em quatro meses para controle. Qual o motivo da pergunta? Se faço exame é porque eu preciso ”, indagou a banespiana.
Também houve muitos protestos para a questão do novo processo de solicitação e autorização das sessões de terapias. “Tá muito difícil. Um exemplo: temos uma amiga que tem problema de LER, adquiriu esse problema no banco, ela faz RPG há mais de 10 anos. Antes, ela, simplesmente, ia fazer o RPG. Hoje, ela precisa passar no médico, pegar a receita, para fazer o tratamento. É uma coisa sem sentido, porque ela vai mais vezes ao médico. Antes, ela tinha autorização por um ano, agora, a cada três, quatro sessões, precisa voltar no médico. Isso é coisa de quem não entende, de quem não consegue ouvir o associado, as dificuldades e as facilidades de cada um… Precisamos mostrar para eles que não estamos contentes. Infelizmente, nossa presidente declarou que farão as alterações, porque os associados estão contentes já que ninguém se manifesta. Então a gente veio se manifestar”, relatou a banespiana Silvia Cristina Luz.
Partilha da mesma opinião, a colega Lídia Maria Neves: “Eu, particularmente, faço psicoterapia. Terapia não é um tratamento rápido. Foi cortada. Levei o atestado médico, como solicitado, mas não foi aprovado. Recorri a Afubesp, eles estenderam, mas agora estão dizendo que o CID que o médico colocou é incompatível. Aliás, eu tive que autorizar a publicação, porque o CID é sigiloso, e eles dizem que não corresponde. Na terapia, cabe ao terapeuta saber o que é preciso ou não. Se você não tiver médico de sua confiança, como você fará a terapia? São muitos questionamentos que a caixa simplesmente não esclarece. A impressão que a gente tem é que ela aumentou o valor das mensalidades e agora quer cortar gastos.”
Foto: Junior Silva