Economia pouco inteligente do Santander está fadada ao fracasso
Sem fornecer treinamento adequado nem aumento salarial, o Santander está transferindo o atendimento Select aos bancários da Conta Corrente. Voltado para clientes de alta renda, o segmento cobra tarifas mais altas (entre R$ 89 e R$ 99 ao mês) por oferecer serviços de investimentos financeiros. Por isso, exige dos funcionários certificado profissional (CPA) concedido pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O Sindicato apurou que o único treinamento fornecido pelo Santander aos funcionários da Conta Corrente foi um e-mail contendo algumas instruções.
A deficiência na capacitação, em conjunto com a falta de certificação Anbima, sujeita esses bancários a cometerem erros, resultando em reclamações dos clientes ao Banco Central, o que pode gerar demissões. Por insegurança, alguns bancários relatam que preferem transferir o atendimento para a URA (Unidade de Resposta Audível).
“O único objetivo do banco é aumentar o seu lucro por meio da redução de postos de trabalho e salários, e dificilmente será uma medida eficaz. O resultado dessa economia pouco inteligente será o aumento da insatisfação dos clientes, que pagam tarifas altas por um serviço de qualidade duvidosa, e consequentemente a presença mais constante do Santander no topo do ranking de reclamações do Banco Central. E obviamente a culpa dessa decisão fadada ao fracasso recairá sobre os trabalhadores”, critica André Bezera, dirigente sindical e bancário do Santander.
“Por isso, se o banco pretende transferir os clientes Select para a Conta Corrente, o Sindicato reivindica treinamento e qualificação adequada, e a abertura de novas vagas com o pagamento dos mesmos salários dos bancários do atendimento Select”, cobra o dirigente.
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