CELSO MING E A CORTINA DE FUMAÇA
Pura fumaça. O jornalista Celso Ming mais uma vez utiliza-se de sua coluna no Jornal da Tarde para desancar (novidade!!) o funcionalismo do Banespa. Hoje ele joga uma cortina de fumaça sobre as ilegalidades contidas no processo de privatização do banco e reduz a discussão aos salários e conquistas dos banespianos que ele teima em qualificar de privilégios.
Curioso é que, mesmo desafiado pela Afubesp, o jornalista, em nenhum momento, citou em sua coluna as violações às constituições federal e do Estado de São Paulo e a várias leis pelos governos Covas e FHC desde a intervenção do Banco Central no Banespa em 1994. O leitor do jornal não fica sabendo que as irregularidades existem, se elas são ou não graves ou se o governo, afinal, está acima das leis e pode se dar ao luxo de desrespeitá-las.
Da mesma forma, apesar de termos escrito ao colunista a respeito da proposta de banco público, no que depender de Ming, o leitor do jornal pelo visto nunca lerá uma linha sequer sobre ela.
Manipulação. Guardadas as devidas proporções (afinal, o jornal não alcança nem de longe o público da TV Globo) o colunista adotou o mesmo recurso daquela famosa edição que a emissora fez do debate Collor x Lula. Utilizou uma entrevista que o presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, concedeu a um repórter do jornal, com o único propósito de legitimar sua velha cantilena sobre a privatização com um viés aparentemente jornalístico, já que teria ouvido o outro lado.
Rondino não foi entrevistado por Celso Ming. Diga-se de passagem, como já estamos escaldados e nem um pouco interessados em aumentar o “Ibope” do colunista, não teríamos perdido um tempo precioso concedido ao repórter se soubéssemos que a entrevista seria usada (abusada , melhor dizendo) por Ming. A manipulação fica mais clara quando se vê que o repórter já dispunha de todas as informações, até sobre questões bem específicas como empréstimo de férias. Ou seja, tudo foi arquitetado, só não sabemos se foi direto com a diretoria do Banco Central ou com os interventores.
Tem mais. Na entrevista, o repórter insinuou que os funcionários sempre tiveram garantia de emprego supostamente por causa das administrações de cunho político, etc. Rondino contestou a afirmação e esclareceu que a garantia de emprego só foi conquistada no último acordo coletivo. No entanto, o texto de Ming manteve a informação do jeito que eles queriam mesmo.
Ou seja, a entrevista foi um grande engodo.
Mentira. Logo no primeiro parágrafo, bingo, lá vem uma mentira da grossa. Vamos transcrever para que todos vejam bem a falta de escrúpulos, porque ignorância não deve ser: “O Banespa é um banco federal. Isso significa que os eventuais privilégios dos seus funcionários estão sendo custeados por todos os brasileiros, do Oiapoque ao Chuí, e não apenas pelos contribuintes paulistas. “
É de doer, não? O Estado e a União não gastam um tostão com os funcionários do Banespa e a gente tem de engolir uma asneira desse tamanho.
O que fica cada vez mais claro é que o empenho do colunista em atacar o Banespa ultrapassa a barreira ideológica e chega a parecer doentio. A maioria dos jornais é favorável à privatização do banco, no entanto, nem por isso desce tanto o nível.
A diretoria
Nota da Redação:
1 – Muita esmola o santo desconfia. O que será que está por trás de tanta subserviência de Celso Ming ao projeto privatista de FHC?
Os banespianos estão convidados a colaborar para desvendar esse mistério.
2- A diretoria da Afubesp insiste na importância de os funcionários enviarem carta ou e-mail contestando todas as informações falsas ou distorcidas que lerem, ouvirem ou virem nos jornais, rádios e tevês.
O artigo de Ming está disponível no site do Jornal da Tarde: http://www.jt.com.br
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fonte: AFUBESP