BRASIL PERDE O JORNALISTA ALOYSIO BIONDI, UM DOS CRÍTICOS MAIS FERRENHOS DA POLÍTICA PRIVATISTA DO GOVERNO FHC
Um aneurisma na aorta provocou, hoje de manhã, a morte do jornalista Aloysio Biondi, aos 64 nos de idade. O corpo de Biondi está sendo velado no Hospital Beneficência Portuguesa, na capital paulista, e o enterro foi marcado para as 10 horas deste sábado, 22, no Cemitério da Paz, Morumbi – São Paulo (SP).
A diretoria da Afubesp lamenta a perda de um dos raros contestadores da política privatista de FHC. Crítico severo do neoliberalismo e da política econômica do governo, Biondi era um dos mais respeitados analistas econômicos do país.
Suas colunas no “Diário Popular” sempre traziam análises dissecadoras dos bastidores econômicos do Planalto e serviam de apoio para os defensores da soberania nacional e opositores da política de submissão ao FMI e da entrega do patrimônio público brasileiro à iniciativa privada. Várias delas, especialmente as dedicadas a mostrar as incoerências, ilegalidades e imoralidades que permeiam o processo de privatização do Banespa, foram reproduzidas no site e no jornal semanal da Afubesp.
Seu livro “O Brasil Privatizado – um balanço do desmonte do Estado” é emblemático de sua preocupação em investigar os meandros da política de privatizações imposta pelo governo federal. (Veja texto do Jornal da Afubesp – maio/99/ sobre o livro).
Além de colunista do “Diário Popular” e do site “MyWeb”, Biondi era professor emérito da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero e escrevia nas revistas “Caros Amigos” e “Bundas”. Seu currículo ostenta passagem por diversos órgãos de imprensa, entre os quais “Folha de São Paulo”, como editor de economia, revistas “Visão” e “Veja” e jornais do grupo “DCI/Shopping News”.
Sua morte, na mesma semana da perda de Barbosa Lima Sobrinho, patrono da defesa da soberania nacional, vai deixar uma lacuna muito grande na imprensa. Que seu exemplo de vida estimule novos jornalistas a serem mais críticos, para quebrar a monotonia das análises econômicas “chapa branca” que prevalecem hoje nos meios de comunicação brasileiros.
fonte: AFUBESP