Cabesp: associados aproveitam assembleia para registrar reclamações; números foram aprovados
“Em razão da alteração do custeio a partir de setembro/2018, as Receitas Operacionais aumentaram de R$ 183,7 Milhões para R$ 212,7 Milhões (16%), em relação ao ano anterior. As despesas com saúde cresceram 2% e as despesas administrativas reduziram 20%. Dessa forma, o resultado operacional foi deficitário em R$ 441,9 Milhões, déficit esse, 6% menor que o registrado em 2017”, diz o balanço.
No momento em que os microfones foram abertos para o público, o que mais se viu foram reclamações relacionadas à Central de Atendimento da Cabesp e na demora de liberação de procedimentos, sem contar a diminuição de autorizações, pois nos últimos tempos a administração da Caixa Beneficente tem se baseado no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde) para tal.
> Baixa qualidade no atendimento gera reclamações na Cabesp
“É preciso resolver essa questão da cobertura com urgência. Até 2017 era de um jeito, e de lá pra cá a Cabesp vem usando a ANS como parâmetro, o que faz cair muito a qualidade da nossa assistência médica. O que é determinado pela ANS deve ser o piso e não o teto”, reivindica o diretor da Afubesp, Wagner Cabanal. Ele ressalta também a necessidade de retomar programas para atender associados com doenças crônicas, como diabetes.
O descompasso na cobertura dos planos foi evidenciado com o depoimento de vários associados durante o evento. Um dos casos relatados tem relação com tratamento odontológico. Dentista pediu documentação ortodôntica para paciente, mas a clínica informou que não havia cobertura da Cabesp. Na Central de Atendimento, atendente disse que o procedimento não faz parte do rol da ANS. No entanto, quando questionado o assunto na diretoria, foi avisado que o exame poderia ser feito.”Quantas pessoas conseguem falar na diretoria para resolver suas questões? Isso não pode ser assim. É preciso melhorar os processos dentro da Cabesp e a comunicação, tanto com o usuário como com o prestador, para que o atendimento ao associado seja mais ágil e eficiente”, comenta o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes.
Outro tema abordado pela representação dos banespianos diz respeito à mudança do débito da mensalidade da Cabesp do holerite do Banesprev para a conta corrente no Santander. “Deixamos claro o risco iminente das pessoas perderem a assistência por conta dessa alteração”, afirma Fernandes.
Em resposta, a presidente da Cabesp, Maria Lucia Ettore disse que está atenta a situação e o banco não irá cobrar nada da Cabesp para fazer o débito. Informou também que, caso for solucionado o problema de recadastramento do Banesprev – que quando não efetuado acaba suspendendo o pagamento dos participantes – , pode ser estudado o retorno do débito das mensalidades e coparticipação de volta ao holerite.
A questão dos autopatrocinados que tiveram seus status de associados alterados para beneficiários também foi abordada, com leitura de manifesto. Leia mais sobre o assunto.
Os desafios da Cabesp
Durante a assembleia, a presidente da Caixa mostrou aos presentes algumas das metas da empresa para 2019 que vem ao encontro dos anseios dos associados. São eles: adequação da rede às necessidades atuais; uso consciente dos planos; promoção à saúde; melhoria contínua de nossos processos e comunicação com os beneficiários.
A Afubesp informa que acompanhará, como sempre fez, a atuação da presidência e da diretoria neste sentido, cobrando as iniciativas e colaborando quando for necessário e possível.
Cabesp Família
Durante a assembleia foram mostrados os estudos atuariais do plano Família, que teve uma redução de 13% no número de vidas (de 18.555 para 16.074). Dos quatro cenários possíveis, a diretoria optou por um dos menos conservadores. Com isso, o reajuste a ser aplicada para os beneficiários a partir de 1º de maio é de 15,48%.
Informações sobre Banesprev
Após o término da assembleia, os representantes dos Sindicatos, Afubesp, Afabesp e Abesprev conversaram com os presentes sobre a Portaria 156 da Previc, que autorizou a reforma estatutária do Banesprev antes rejeitada pela assembleia de participantes.
Foram informadas todos os esforços para derrubar a portaria, que é uma luta conjunta de todas as entidades, inclusive o que ocorreu na reunião realizada dias antes em Brasília com representante da Previc. Leia mais.
Fotos: Amanda Flor