QUANTO MAIS O GOVERNO PRIVATIZA, MAIS FICA DEVENDO
Uma das desculpas (esfarrapadas), divulgada por setores da mídia, para justificar a entrega do patrimônio público aos grandes grupos econômicos nacionais e internacionais é que a venda das empresas reduziria a dívida da União. Entretanto, nos últimos seis anos, período em que mais se privatizou, o rombo nas contas internas e externas só tem feito aumentar.
Segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central, a dívida mobiliária federal saltou de R$ 477,701 bilhões em março deste ano para R$ 498,339 bi em abril. Isto significa que o governo, em apenas 30 dias, jogou no mercado mais R$ 20,638 bi de títulos públicos para poder rolar suas contas. Só para lembrar: quando FHC assumiu a presidência da República os “papagaios” da União somavam R$ 60 bi.
Estão querendo nos enganar – Para tentar esconder ou minimizar esses números desastrosos, o Bacen anunciou também que houve superávit primário de R$ 17,313 bilhões no setor público, o que inclui as contas dos municípios, estados e União. O resultado, referente ao primeiro quadrimestre, seria R$ 1,1 bi superior ao previsto no acordo com o FMI.
O problema com esses números é que o superávit primário não leva em consideração os valores pagos pelo governo brasileiro para rolar seus títulos. O Fundo Monetário manda a equipe econômica reduzir os gastos sociais e todas as despesas, com exceção dos juros pagos aos banqueiros.
Caso o FMI permitisse ao governo FHC incluir em suas contas os juros, que consumiram R$ 27,113 bi no período, o superávit primário evaporaria e surgiria a realidade: um déficit de R$ quase R$ 10 bi. Porém, se assim procedesse, deixaria claro para os brasileiros que a manutenção da atual política econômica, baseada nos juros mais caros do mundo, é insustentável.
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data: 19/06/2000
fonte: AFUBESP