Qualidade de Vida: Caminhada pelo centro revela obras de Oscar Niemeyer em São Paulo
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No dia 31 de outubro, a hora marcada com o Qualidade de Vida teve como objetivo desbravar as ruas da região central de São Paulo para buscar as gemas arquitetônicas de Oscar Niemeyer, famoso por projetar grandes obras (entre elas prédios em Brasília, Pampulha e Ibirapuera). Logo pela manhã ensolarada, os colegas toparam a missão e foram guiados pelo monitor Laércio Cardoso de Carvalho, profundo conhecedor de cada cantinho da cidade.
A caminhada começou logo ao lado da sede da Afubesp, onde fica o Edifício Triângulo. O prédio, projetado por Niemeyer e inaugurado em 1955, é todo espelhado e possui 18 pisos de uso comercial. Uma curiosidade é que na entrada do local há um grande painel de pastilhas feito por Di Cavalcanti – que, infelizmente, hoje encontra-se deteriorado. Na época de sua construção, era grande a tendência da união entre as artes e a arquitetura. A obra é tombada por seu valor cultural.
No caminho, os associados conheceram a história também de obras de outros profissionais, como o Palacete Tereza Toledo Lara (de Augusto Fried) na Rua Quintino Bocaiúva. O local, que hoje abriga a Casa de Francisca, já foi a sede das transmissões da Rádio Record. Ao lado, o prédio Ouro Para o Bem de S. Paulo escondido por trás de tapumes foi construído graças às doações das alianças de casamento das senhoras paulistas em campanha para obtenção de fundos necessários à manutenção da Revolução Constitucionalista de 1932. O edifício tem o formato da bandeira paulista.
Percorrendo as ruas da Santa Ifigênia, o grupo chegou à esquina da avenida Ipiranga e Cásper Líbero para contemplar o residencial Edifício Montreal – a primeira obra de Oscar Niemeyer com o uso da brise horizontal (as marquises), uma das marcas do Copan. Foi inaugurado em 1954, contando também com mosaicos de Di Cavalcanti na parte interior da entrada.
Mais adiante, na Barão de Itapetininga – antigo endereço nobre do centro -, está a Galeria Califórnia. Projetada em estilo modernista por Niemeyer e Carlos Lemos, a galeria tem sustentação em V e dez andares recuados. Quem entrar no saguão do prédio se depara com um painel mosaico de 250 metros quadrados assinado pelo artista Cândido Portinari.
Outro edifício misto comercial e residencial, o Edifício Eiffel (situado na esquina da Praça da República e Rua Araújo), tem formato de livro e foi um dos primeiros prédios duplex da cidade.
E, por último, o grupo mergulhou a fundo na história do edifício cartão-postal de São Paulo, o Edifício Copan. Projetado em 1951 e inaugurado oficialmente em 1966, o prédio quebra a lógica de linhas retas dos edifícios ao redor com linhas sinuosas. Suas proporções são dignas de livro de recordes: composto de lojas comerciais no piso térreo (como restaurantes, lojas de roupas, salões e afins) e cinco blocos com diferentes metragens, o prédio une moradores mais pobres e ricos. A fachada tem 45 mil metros quadrados e, do topo dos 32 andares, os colegas avistaram do terraço a paisagem abrangente dos arredores.
Um simples passeio pela cidade pode revelar histórias que muitos ainda não conhecem. Que tal tentar se aventurar no próximo final de semana?
Afubesp
Fotos: Amanda Flor