Associações pedem retratação formal do diretor do Santander que chamou trabalhadores banespianos e ex-Real de ‘oportunistas’
Após a grande repercussão negativa que teve a fala absurda do diretor de marketing do Santander Igor Puga sobre os banespianos e bancários oriundos do Real os chamando de “oportunistas”, as entidades que representam os trabalhadores banespianos – Afubesp, Afabesp e Abesprev – protocolaram na última sexta-feira (22) em unidade no banco uma notificação extrajudicial endereçada ao presidente do Santander Sérgio Rial e ao autor dos comentários, cobrando explicações e retratação sobre o ocorrido.
No dia 19 de maio, terça-feira, foi publicada matéria na coluna “Painel S/A” do jornal “Folha de S.Paulo” apresentando uma conversa que Igor Puga teve em um grupo de WhatsApp no dia 16 de maio revelando um total desrespeito com os trabalhadores oriundos do Banespa e Real – pessoas que dedicaram suas vidas para o banco e alavancaram os seus lucros que só aumentam ano após ano. Puga, um marqueteiro que se autodenomina um “sincericida”, esquece que o sincericídio é a arte de difamar; muito diferente do significado da palavra sinceridade – que, esta sim, se relaciona com a verdade.
Por quererem proteger suas vidas neste momento de pandemia de coronavírus e fazerem home office, estes trabalhadores foram taxados como “oportunistas” pelo diretor. “A gente, ainda compulsoriamente, tem um histórico de muita gente que é ex-Banespa, ex-Banco Real, que infelizmente é oportunista neste aspecto, porque quer ser mandado embora, porque tem uma indenização enorme. Tanto que o sindicato está forçando a barra em relação a essa situação”, disse ele na conversa.
>>> Leia: Diretor do Santander, Igor Puga, chama trabalhadores de oportunistas
Diz um trecho da carta protocolada pelas associações: “(…) Refuta-se de forma veemente que os funcionários ora chamados de ex-Banespa ou ex-Banco Real, trabalhadores estes que ajudaram a construir com muito esforço e suor o que é hoje o Banco Santander Brasil não podem ouvir de forma calada que são oportunistas que querem ser mandados embora porque têm uma indenização enorme para receber, o que caracterizaria total falta de caráter destes funcionários, que não podem ter desta forma maculada suas imagens.”
Caso o Santander não explique essa fala do diretor Puga, as associações entendem que a mesma refletirá o posicionamento do banco. “(…) Diante deste incidente de potencial altamente ofensivo os trabalhadores experimentaram situação constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada.” As entidades exigem, ainda, que seja feita uma retratação “espontânea e cabal” com o pedido de desculpas aos funcionários do Banespa com o mesmo espaço que teve a matéria veiculada na Folha de S.Paulo.
Diretor pediu desculpas ao Sindicato
Ainda na sexta (22), Igor Puga participou de reunião online com dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo e se desculpou com o movimento sindical e trabalhadores pela fala, justificando que a Folha teria publicado o trecho “fora de contexto” e afirmou ter respeito pelos colegas de banco e também pelo Sindicato. Porém, as associações de representação insistem na retratação formal no mesmo jornal. Clique aqui para ler a notícia no site do sindicato.
Segue abaixo a íntegra da correspondência enviada ao banco (clique na imagem para acessar):