‘Vidas Negras Importam’ trouxe à tona debate sobre racismo e desigualdade

O dia 20 de novembro marca a reflexão sobre a importância das lutas do povo e da cultura africana na construção do Brasil. Este ano, após a morte de George Floyd por um policial nos Estados Unidos, um levante surgiu nas redes e nas ruas contra o racismo e teve impacto mundial. Quem esteve à frente foi o movimento Black Lives Matter, criado em 2013 por três mulheres ativistas negras.
“Os Estados Unidos possuem cerca de 13% de sua população negra. No Brasil, somos 57% e todos os dias jovens negros periféricos morrem pelas mãos de nossa polícia. Por que nossas lutas não têm essa repercussão? Porque há opressão dos governantes, além da não importância que a sociedade dá para o tema. O Black Lives Matter ressoou nosso grito contra o racismo, profundamente enraizado por aqui. Pena que foi preciso uma morte televisionada para que isso acontecesse”, lamenta Ana Marta Lima, dirigente da Afubesp e coordenadora do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Além de alertar para a violência policial, o movimento colocou em foco outras pautas da população negra, como a desigualdade no mercado de trabalho, que atinge principalmente as mulheres; a falta de representatividade na política, e questões de saúde e precarização da vida. “Os negros foram os que mais morreram durante a pandemia do novo coronavírus”, ressalta a dirigente, que conclui que o maior desafio agora é continuar ocupando espaços para influenciar políticas mais concretas e manter o apoio da sociedade como um todo”.