Trabalhadores desejam fim das demissões e mais emprego neste final de ano
“Não demita nossos pais.” Essa é a resposta que qualquer filho de funcionário do Santander daria para a campanha de Natal do banco, que tem como lema O que podemos fazer por uma criança hoje?
A campanha que está presente nas agências e prédios administrativos tem como objetivo arrecadar brinquedos que serão doados às crianças carentes neste Natal.
Roberto Paulino, diretor da Afubesp, destaca que há uma contradição quando o banco diz se preocupar com as crianças brasileiras, mas não parece se preocupar com os filhos dos pais e mães que são demitidos.
“Se pegarmos os registros, somente nos cinco primeiros meses do ano, cerca de 500 trabalhadores, na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região foram demitidos. Uma média de 100 por mês. E fica a pergunta: onde está a responsabilidade social do banco?”, questiona o dirigente, acrescentando que por ser concessão pública e por ter lucros altíssimos, a instituição deveria se preocupar também em contratar mais.
Paulino ainda comenta que todo trabalhador corre risco de demissão e que é preciso estar junto do Sindicato na luta pelo emprego. “O banco faz campanhas de arrecadação de brinquedos, enfeita os prédios e agências e até coloca árvore da prosperidade pedindo fotos dos momentos em família, mas por outro lado ele continua demitindo e praticando a rotatividade nos locais de trabalho”, critica.
“Há relatos de demissão de gerente-geral, de bancário que participou de eventos exclusivos de “meritocracia” e mesmo assim também foi demitido. Há inclusive denúncias de que haverá mais demissões até o Natal. Se o banco se preocupa tanto com o social, por que não parar também com as demissões?”, questiona.
Banco apoiou a reforma trabalhista – O Santander está na lista das empresas que apoiaram a terceirização e a reforma trabalhista do governo Temer, e inclusive, chegou a receber o governo ilegítimo para uma reunião a portas fechadas.
Mesmo com essas mudanças na forma de contratação, o banco está implantando um modelo de gestão que poderá cortar ainda mais postos de trabalho.
“Esse novo modelo de gestão vai envolver 13 mil trabalhadores. Caixas, agentes comerciais, assistentes de atendimento, coordenadores e gerentes passarão a ser considerados como Gerente de Negócios e Serviços e, segundo o banco, eles terão oportunidades na carreira e simplificação no atendimento. Muitos poderão não se adequar a esse novo modelo. Isso é preocupante. Pois vemos no dia a dia o empregado dar duro para bater meta e conseguir se manter no emprego. O Sindicato vai continuar cobrando melhores condições de trabalho e garantia de emprego”, finaliza.
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região