Tarifas bancárias: Santander se mostra desorganizado e cruel
Um alvoroço vem ocorrendo entre os bancários do Santander a respeito das tarifas bancárias. Ao contrário do que a Afubesp e Sindicato dos Bancários de São Paulo vem reivindicando há anos, que é a isenção do pacote para os trabalhadores, inclusive aposentados, o banco aponta para um aumento na cobrança.
E pior: cartas enviadas aos colegas pela instituição financeira falava de reajustes enormes, quando os pacotes dos clientes Van Gogh subiriam para valores acima de R$ 40 por mês, em alguns casos até R$ 60. Questionado, o banco disse que houve erro na comunicação e que o aumento seria de R$ 11 para R$ 14.
“Essa bagunça de informações, que não ficou restrita a boatos, pois chegaram a ser remetidas correspondências, mostra total desorganização e até crueldade, porque assusta qualquer um ver mais do que dobrar o valor pago com tarifa, que na verdade deveria ser isenta para funcionários e aposentados do banco”, comenta o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes. “O Santander precisa rever seus processos, ser mais sério, para alcançar o objetivo de ser o melhor do Brasil. Assim, quem sabe, consegue deixar de figurar mensalmente no ranking negativo do Banco Central como um dos que mais recebem reclamações”, conclui.
A diretora executiva da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Maria Rosani, vai além: “O balanço do ano passado mostrou que a relação entre receita de serviços e tarifas bancárias e despesa de pessoal ficou em 152%, um aumento de 2,4%. Só isso já mostra que o bancário não deveria pagar nada para o banco em forma de tarifas”, argumenta. “É um absurdo que além do lucro enorme, o Santander queira cobrar daqueles que o ajudam a obtê-lo. O mínimo que deve ser oferecido aos bancários – além de condições dignas de trabalho – é isenção de tarifas”, conclui a dirigente.