Santander impõe terceirização sem qualquer transparência ou respeito
O Santander admitiu, em reunião com o Sindicato nesta quarta-feira 1º, que está terceirizando o setor de investimentos do banco, o Quarteirão de Investimentos (QI). Segundo o banco, os trabalhadores serão “convidados” a aderir ao processo e, caso aceitem, serão demitidos do banco, sem justa causa, e recontratados pela Corretora de Valores, empresa do Grupo Santander. O banco disse ainda que esses contratos seriam, pelo menos nesse primeiro momento, no regime CLT; e que os trabalhadores que não aceitarem deverão procurar outra vaga no banco, de acordo com sua qualificação. O banco também informou que pretende finalizar o processo em até 60 dias.
O Sindicato questionou, mas o banco não informou qual seria o salário, a PLR e os direitos dos bancários uma vez na corretora. Segundo a representante do Santander, haverá conversas com cada trabalhador sobre essas questões.
O dirigente da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, André Camorozano, afirma que certamente salários e os direitos dos trabalhadores serão reduzidos, mas o banco está “vendendo” essa mudança como modernidade. “A propaganda que o banco faz é que os trabalhadores serão ‘sócios’ da empresa, que esse novo modelo de negócio trará vantagens para eles e para os clientes. Isso é uma afronta à inteligência dos trabalhadores! Porque sabemos que o banco está fazendo isso justamente para reduzir salários e direitos”, critica.
Segundo Vera Marchioni, dirigente da Afubesp e do Sindicato, o Santander se vale dessa situação e das alterações nas leis trabalhistas desde 2016 para impor prejuízos a seus funcionários. “Eles continuarão fazendo as mesmas tarefas de antes, mas com remuneração menor e menos direitos. O que o Santander chama de ‘sociedade’, nós chamamos de intermediação fraudulenta de mão de obra.”
Vera critica ainda a completa falta de transparência do banco nesse processo e a ausência de qualquer negociação com o movimento sindical. “Mais uma vez o banco pratica um processo de terceirização vertical: transferindo setores inteiros para empresas do grupo, como fez com os trabalhadores de tecnologia que foram para a F1RST, do call center para SX Negócios e do microcrédito para a Propera.”
A dirigente anuncia que o Sindicato vai lutar pela representação desses trabalhadores. “O Sindicato dos Bancários vai lutar pela representação de todos os trabalhadores que o Santander está retirando da categoria bancária. Chamamos todos os trabalhadores para a luta!”
Com informações Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região