Maioria no país e na classe trabalhadora, mulheres ainda precisam lutar por equidade

As novas estatísticas do Censo ainda não chegaram, mas é possível cravar que as mulheres continuam como maioria da população brasileira. Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, refletimos o quanto elas precisam em definitivo de políticas que as coloquem em equidade em relação aos homens, tanto economicamente quanto socialmente – principalmente as mulheres negras, pobres e periféricas.
As mulheres também seguem mais vulneráveis do que nunca quanto à sua própria segurança. Segundo Pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização das Mulheres no Brasil”, feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aproximadamente 30 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência (ou assédio) em 2022. Foi o maior número registrado desde 2017.
Deste número, 18,6 milhões de mulheres sofreram agressão física – refletindo a falta de respaldo de políticas públicas para esta população nos últimos anos. A pesquisa traz luz a uma verdade inconveniente: todos os tipos de violência contra a mulher se aprofundaram, apesar de leis importantes como a Lei Maria da Penha. E, novamente, as mulheres negras representam quase 70% das vítimas.
O assédio no ambiente de trabalho também escalou. De comentários inconvenientes e constrangedores à importunação sexual de fato, a publicação revela que uma mulher sofre assédio a cada segundo no Brasil. É preciso lembrar a tragédia do feminicídio: ameaças e crimes com armas de fogo ou faca quase que dobraram em relação há dois anos.
Mulheres bancárias
Na categoria bancária, uma a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) divulgada recentemente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que “em relação ao gênero, as admissões de mulheres foram 19,1% menores que a dos homens e os desligamentos, 5,4% superiores. A consequência foi a abertura de 3.933 vagas para homens e a eliminação de 1.106 postos de trabalho para mulheres”.
Além disso, há a alarmante situação da terceirização e avanço da precarização. Muitos dos bancos, como o Santander, têm adotado a prática de demitir CLTs e contratarem profissionais terceirizados, com direitos reduzidos e pouca garantia de estabilidade.
O Dieese assinala, ainda, a respeito do assédio moral e sexual. Assunto pautado na negociação coletiva de 2022, a entidade observa que os números não refletem o compromisso dos empregadores com ambientes de trabalho mais igualitários.