Bancos apresentam proposta de protocolo unificado contra Covid-19
Depois de mais de um ano de cobranças pelo movimento sindical bancário, a Fenaban (federação dos bancos) finalmente apresentou uma proposta de protocolo de segurança unificado contra a Covid-19, em mesa de negociação na tarde dessa segunda-feira 24.
“Há meses estamos reivindicando essa unificação, que é fundamental para a proteção da categoria. Hoje cada banco tem seu protocolo e isso é ruim para os trabalhadores porque algumas medidas fundamentais que são adotadas por alguns, não são praticadas por outros. Com a padronização, vamos poder cobrar as ações mais eficazes e fiscalizar melhor sua aplicação. Agora vamos analisar a proposta da Fenaban e debatê-la em uma próxima mesa”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban.
Na reunião, o Sindicato também cobrou novamente o empenho da Fenaban para a inclusão da categoria como prioridade no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. “Os serviços bancários foram considerados essenciais em todos os decretos municipais ou estaduais que previram medidas de isolamento contra a pandemia. Assim, os bancos nunca deixaram de funcionar e boa parte dos bancários de agências e departamentos continuaram no trabalho presencial, inclusive de atendimento ao público. Portanto, nada mais justo que os bancários, assim como outras categoria que estão na linha de frente, sejam vacinados com prioridade. Continuamos enviando ofícios aos executivos municipal, estadual e ao governo federal e vamos continuar lutando por isso, mas queremos que os bancos também se dediquem a tentar proteger seus funcionários, e que usem de sua influência para solicitar a imunização da categoria junto ao governo federal”, destaca Ivone Silva.
Como parte desse esforço, o movimento sindical bancário realizará, na próxima quinta-feira 27, o Dia Nacional de Luta pela inclusão da categoria como essencial no PNI e por vacina para todos.
A dirigente lembra que a organização do movimento sindical bancário já assegurou proteção à categoria já nas primeiras semanas da pandemia. “Fomos uma das primeiras categorias a negociar medidas protetivas. Logo no início da pandemia conseguimos que metade dos bancários passassem a trabalhar de casa, e outra parte considerável entrasse em regime de rodízio nas agências, trabalhando presencialmente uma semana e em home office na outra. Isso foi fundamental para a segurança dos trabalhadores. Mesmo assim, há vítimas entre os bancários e a categoria precisa ser vacinada”, reforça.
Segundo levantamento do feito pelo Dieese, com base no Novo Caged, o número de desligamentos por mortes na categoria bancária teve crescimento de 176,4% entre o primeiro trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021. Isso provavelmente se deu por conta da pandemia, apesar de que o Caged não informa a causa do óbito.
“Temos certeza de que o número de mortes por coronavírus seria maior entre os bancários se não tivéssemos conquistado as medidas preventivas. Mas não queremos mais nenhuma morte, queremos protocolos rigorosos, vacinação já e cobramos ainda da Fenaban informações sobre mortes e casos de Covid entre a categoria, o que também será fundamental para futuras ações de proteção dos trabalhadores”, diz Ivone.
Na reunião, a Fenaban prometeu repassar os dados sobre contaminações e óbitos nos próximos dias. O Comando Nacional dos Bancários pretende utilizar esses dados para mais uma vez cobrar do Ministério da Saúde a inclusão da categoria no PNI. Será enviado novo ofício reivindicando reunião com o ministro.