Bancários aprovam assembleia permanente após proposta rebaixada dos bancos

Após mais de 70 dias da Campanha Nacional Unificada dos bancários, essa semana é decisiva para os bancários. A data-base da categoria é dia 1º de setembro. Na última sexta-feira (26), os bancos apresentaram nova proposta para os salários, com reajuste de apenas 75,8% da inflação, e perda real de 2%. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta na mesa de negociação. A categoria reivindica inflação do período entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real.
“Um desrespeito com os trabalhadores. Com o lucro de R$ 56 bilhões no semestre (somente os cinco maiores bancos), propõem um índice com perda real? A categoria está mobilizada e esperamos mais respeito essa semana”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Nesta sexta (26), a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) manteve a proposta de reajuste da PLR em 100% da inflação, e recuaram na compensação dos programas próprios na parcela adicional.
Já foram realizadas 17 reuniões de negociação após a entrega da minuta e os bancos mantém a proposta de perda salarial. “Não vamos aceitar proposta que não traga aumento real dos salários”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “Na PLR obtivemos avanços, mas os bancos ainda precisam melhorar a proposta”, completou.
Assembleias – Sindicatos da categoria em todo o país realizaram assembleias na última sexta-feira (26) e aprovaram estado de assembleia permanente.
Bancários – Os bancários são uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com validade para todo o Brasil, para bancos públicos e privados. A Campanha começa no fim de maio, com a consulta aos trabalhadores, uma pesquisa sobre diversos temas e suas prioridades e, a partir dessa consulta, que nos mobilizamos, construímos argumentos para reivindicar com os banqueiros. As prioridades são apresentadas nas Conferências Estaduais e depois no Congresso Nacional da categoria. O resultado entra na minuta entregue aos bancos. A categoria bancária acumula aumento real de 21,9% desde 2004. E o piso acumula aumento real de 43,6%.
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