Artigo: Ainda estamos aqui, na luta! #8M

O 8 de março, mais que um dia de celebração, é dia de gritar para a sociedade pautas necessárias e de muitas nuances. O debate é pela vida das mulheres. Ainda estamos aqui em defesa, dia após dia, dos direitos. E que nenhum dos já conquistados sofra retrocessos! O convite é que o leitor incentive uma mulher a ocupar todos os espaços, principalmente os de decisão. Direito à igualdade de gênero, de oportunidades, salarial e tantos que ainda são tolhidos por um sistema que invalida e diminui os esforços das mulheres.
A Afubesp, historicamente, se une às lutas por igualdade dentro do diapasão trabalhista, e também levanta outras bandeiras – da luta antirracista até o direito de envelhecer com qualidade de vida. Além disso, as mulheres trabalhadoras cuidam, organizam suas vidas e de seus entes queridos, enfrentam adversidades e muitas vezes sobrepõem seu pouco tempo disponível em detrimento de outras tarefas. Quem cuida de quem cuida?
Segundo matéria publicada pela CUT Nacional, a pauta sobre cuidados remete a uma responsabilidade social – não apenas feminina. A Política Nacional de Cuidados (Lei 15.069/2024) visa garantir o direito ao cuidado para quem o recebe e para quem cuida. Os objetivos são promover a inclusão social; garantir direitos de quem cuida e de quem recebe cuidados; redistribuir e reduzir o trabalho não remunerado de cuidado; promover o trabalho decente para trabalhadores remunerados do cuidado, e transformar a percepção e a organização do cuidado na sociedade.
É preciso também reavivar o debate sobre o fim da escala 6×1, extremamente desumana principalmente para as mulheres que vivem neste redemoinho e são chefes de família. A diminuição da jornada de trabalho possibilita que as mulheres descansem, tenham tempo para o autocuidado e até mesmo apostar na qualificação profissional. A implementação de escalas mais humanas é uma escolha lógica.
Outro desafio é a violência doméstica os assombrosos casos de feminicídio. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), até outubro de 2024, os estados e o Distrito Federal comunicaram ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) 1.128 mortes por feminicídio. Morrer pelo simples fato de ser mulher é apavorante, urgente e não pode ser deixado para depois. Ainda que o problema seja uma avalanche, algumas medidas têm sido tomadas e muitas políticas públicas ainda precisam ser efetivadas.
Que cada movimento pelo fim dos efeitos estruturais do patriarcado na vida das mulheres seja ampliado durante os 365 dias do ano e tenha ressonância para todas as meninas e mulheres.
Letícia Cruz – Afubesp