Presidente da Afubesp presente em audiência em defesa dos bancos públicos

No dia em que o Conselho de Administração (CA) da Caixa poderia votar alterações no estatuto da empresa que interferem no direito dos trabalhadores e transformam o único banco 100% público em uma sociedade anônima (S/A), trabalhadores e sindicatos organizaram Dia Nacional de Luta em defesa da instituição. É a campanha #DefendaACaixaVocêTambém, que também engloba outros bancos públicos como Banco do Brasil, BNB, Banco da Amazônia e BNDES. No final do dia, a votação no CA acabou sendo adiada.
Os atos da última quarta feira 18 tiveram tuitaços e foram concluídos na audiência pública em defesa dos bancos públicos realizada na Câmara Municipal de São Paulo. A Afubesp esteve presente para apoiar a causa. “Nós funcionários do Banespa sabemos muito bem os danos causados por conta da privatização, já se passaram quase 17 anos do fatídico dia 20 de novembro de 2000, o dia em que o governo FHC entregou o nosso Banespa para o banco espanhol. As consequências foram devastadoras, para nossas famílias e também para nossa sociedade”, destacou o presidente da associação Camilo Fernandes.
Apenas o primeiro passo – Para um dos bancários, a abertura de capital será apenas o primeiro passo. “Na realidade o governo quer diminuir a máquina pública. O governo diz que a crise é por conta da máquina pública, mas a gente sabe que não é. A Caixa está perdendo sua identidade de instituição social, seja Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, e no fundo isso está sendo feito para entregar o banco mais enxuto para o empresariado”, criticou um bancário.
Terra arrasada – Mas os prejuízos com a abertura de capital ou privatização não ficarão restritos à população, como lembrou um bancário que trabalhava no Banespa quando o banco público do governo do estado de São Paulo foi privatizado e vendido ao Santander no ano 2000, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
“Assim que o Banespa foi privatizado, foi instituída uma política de terra arrasada. Todos nós [bancários do Banespa] passamos a ser vistos como imprestáveis, ineficientes, e aos poucos fomos sendo eliminados. Abertura de capital não vai tornar a Caixa eficiente. O que o governo quer é agradar o mercado, que está louco para pegar a fatia que a Caixa representa: o FGTS, o número de clientes, o financiamento habitacional. É isso que eles estão interessados. E não em melhorar o banco. Essa luta em defesa da Caixa tem de ser de todos.”
SP Bancários com edição da Afubesp