Afubesp dá dicas de obras culturais que ressaltam o poder feminino

A data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é um marco da resistência feminina e um convite a múltiplas reflexões. São muitos os temas que as mulheres ainda precisam reivindicar ano após ano: o fim da violência de gênero e doméstica, fim da discriminação racial, a igualdade salarial e de oportunidades no trabalho, mais políticas voltadas a esta população, entre outras importantes pautas. A Afubesp acredita que a arte tem um papel fundamental nesse debate, e elenca dicas culturais que fazem pensar sobre o ser mulher.
(Schuma Schumaher, Érico Brazil. 2014, Editora Senac)


Mulheres Que Correm com os Lobos (Clarissa Pinkola. 2018. Ed. Rocco)
O livro da analista junguiana Clarissa Pinkola Estés aborda 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, que mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam. Mulheres que correm com os lobos ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos.
O Mito da Beleza (Naomi Wolf. 2018, Ed. Rosa dos Tempos)
Este necessário livro questiona de onde veio o mito da beleza elaborado em uma sociedade patriarcal, que coloca uma mulher contra a outra, estimulando a competição em busca da aparência ideal que se encaixe nos padrões. Uma das conclusões da autora é que este mecanismo atua como controlador social para evitar que sejam cumpridos os ideais feministas de emancipação intelectual, sexual e econômica conquistados a partir dos anos 1970.
A Mulher do Fim do Mundo (Elza Soares, 2015)O 32º disco de estúdio da cantora Elza Soares, falecida em janeiro deste ano, flui do rock, ao samba e hip hop, em mais uma reinvenção de sua longa carreira. Não é exagero dizer que o álbum é um retrato histórico de um tempo em que as mulheres não mais sofrem caladas, com letras que beiram ao autobiográfico. Com a faixa “Maria da Vila Matilde”, Elza entoou: “Você vai se arrepender de levantar a mão pra mim”, e se tornou um mantra de força para muitas mulheres com histórias de vida tão sofridas quanto a própria Elza teve. Tanto sua discografia como sua biografia (Elza, escrito por Zeca Camargo e lançado em 2018 pela Editora Leya) mostram a realidade e resistência da mulher negra e periférica no país.
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