Terceirização e precarização da área de tecnologia: Sistema operacional do Santander fica 11 horas fora do ar
A semana começou turbulenta para trabalhadores e clientes que precisaram usar os serviços do Santander. Desde as primeiras horas da manhã da segunda (25/7), clientes começaram a reclamar nas redes sociais sobre falhas no aplicativo do banco – problemas que logo se ampliaram ao sistema de internet banking e caixas eletrônicos. A instabilidade só foi resolvida 11 horas depois, já fora do horário bancário. Por conta do problema, a jornada de trabalho dos empregados em alguns locais foi extrapolada.
À tarde, o assunto dominou o debate em redes como o Twitter. Além das muitas queixas sobre os prejuízos causados, muitos relatos deram conta da reincidência dos problemas no funcionamento do aplicativo do Santander. Em resposta ao pronunciamento da conta oficial da instituição que diminuiu a questão a uma intermitência, um usuário reclamou: “Instabilidade sistêmica? Foi um total colapso da TI do banco como nunca antes”, disse.
O episódio não parece ser um fato isolado, já que o banco tem apostado em cavar a precarização de setores estratégicos como o de tecnologia. “As demissões no Santander, a falta de funcionários e a terceirização recente da área de TI sem dúvidas prejudicam a qualidade nos serviços oferecidos”, aponta o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes. Na mesma linha, o Sindicato dos Bancários de São Paulo também critica a reestruturação promovida pelo banco. Para a dirigente Lucimara Malaquias, quem paga a conta, além dos bancários, também são os clientes que pagam taxas altas e têm de lidar com horas de indisponibilidade.
Por volta das 21h, o Santander anunciou a retomada do funcionamento das plataformas, mas não revelou o real motivo da pane. “O banco lamenta profundamente os transtornos aos clientes, que serão ressarcidos por eventuais cobranças motivadas pela indisponibilidade”, frisa a nota oficial. Correntistas que foram afetados com juros pelo atraso de pagamentos de contas neste dia 25 devem acionar os canais do banco para reivindicar o prejuízo.
Afubesp