Santander frustra trabalhadores com poucas propostas positivas; debate sobre Aditivo seguirá em nova data
Os representantes dos bancários do Santander que aguardavam uma proposta global às reivindicações sobre o Aditivo Coletivo de Trabalho (ACT), na quarta (11), se frustraram com o retorno aquém do esperado. Isto porque o sexto encontro com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco cobrava avanços e recebeu quase nenhuma devolutiva – e, além de tudo, um possível retrocesso na proposta patronal de compensar o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS) com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), criando indignação nos dirigentes.
A reivindicação é por um PPRS de R$ 8.212,63. “Esta medida representaria a retirada de direito. Não podemos aceitar retrocessos. Nós queremos avanços”, afirmou a dirigente da Afubesp e coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.
Os avanços no diálogo até o momento contemplam a isenção da coparticipação do plano de saúde para os funcionários com deficiência, empregados com doenças crônicas, degenerativas e AIDS. No entanto, o banco não quis estender tal benefício aos filhos dos bancários com as mesmas doenças citadas nas propostas, incluindo os neurodivergentes. Ainda no campo da saúde, a COE cobrou solução nos problemas dos planos em diversos estados do país.
Maria Rosani, presidenta da Afubesp, esteve presente na mesa e vê uma falta de vontade do outro lado de resolver problemas antigos e de se adequar ao que é o novo no mundo do trabalho. Mas, ainda assim, avalia que ainda há espaço para avançar em um bom resultado. “As negociações pela renovação do Aditivo seguem, e acredito que possam vir coisas positivas depois de longos embates nas negociações, Insistiremos para que o melhor aconteça”, assegura Rosani.
Uma data será marcada para uma nova reunião entre as partes.
Queremos mais!
A pressão seguiu em outras pautas importantes, como o fim das terceirizações e na defesa de que todos os trabalhadores do grupo tenham a possibilidade de serem representados por sindicatos.
Enquanto na Espanha os trabalhadores do banco usufruem de benefícios como isenção de tarifas e taxas de juros diferenciadas para linhas de crédito, o Santander insiste em adotar tratamentos desiguais para quem desempenha os mesmos papéis no Brasil – um país que garante uma grande fatia dos lucros da instituição, falando globalmente.
A diretora da Afubesp e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, lamentou a postura do Santander. “Esperamos que o banco se mostre sensível aos problemas dos seus trabalhadores e atenda às nossas reivindicações. Queremos isonomia de direitos com os trabalhadores do Santander da Espanha, afinal estamos submetidos às mesmas obrigações.”
Afubesp, com informações da Contraf-CUT