Reabertura das atividades é precoce, dizem especialistas

No dia 1º de junho, foi iniciada a flexibilização da quarentena no Estado de São Paulo. Anunciada na quarta-feira (27), pelo governador João Doria (PSDB), a medida contraria as orientações dos profissionais da Saúde, que alertam que o isolamento social é a melhor arma para conter o novo coronavírus.
Segundo análise do Observatório Covid-19 BR, publicada no portal G1 dia 2, a flexibilização vai na contramão do momento atual da epidemia. Apesar de aspectos positivos, o Plano São Paulo possui aspectos negativos, sobretudo ligados à antecipação das medidas de abrandamento do distanciamento social, ao uso de indicadores inadequados e às sérias lacunas que pairam sobre a estratégia de vigilância em saúde, testagem e rastreamento”, afirmou o grupo.
O documento ressalta ainda que “não foram apresentados estudos técnicos mais completos, que permitiriam uma avaliação independente do plano, o que daria suporte científico e técnico a respeito das medidas em vista de serem adotadas. ”
Não ignorem a doença
“Não ignorem a doença. Fiquem em casa quem pude ficar”. Essa é a mensagem da funcionária da Afubesp, Mirtes Silva, diagnosticada com Covid19, no dia 25 de maio. “Num primeiro momento, senti dor de cabeça e sensação de ‘corpo moído’. Febre apenas à noite. Em seguida, uma dor que não consigo definir e cansaço extremo. Não levantava da cama”, lembra.
A funcionária decidiu procurar ajuda médica após a filha, que acabara de dar à luz, apresentar os mesmos sintomas. “Ficamos com medo dela estar com o vírus e amamentar o bebê. Levei para o hospital e acabei passando por consulta também. Quando cheguei na triagem do hospital, perceberam a minha saturação de oxigênio baixa. Fiquei cinco dias internada. Tive muito medo de morrer.”
Mirtes ressalta que todo cuidado é pouco. “Fiz isolamento social, saía apenas para ir ao mercado, mas não dava a atenção devida para a limpeza dos alimentos e produtos comprados. Achava que era exagero.”
Já em casa, ainda em fase de recuperação, ela ressalta que as mensagens de apoio e oração dos amigos foram primordiais para o seu fortalecimento.
O Estado chegou a 123.483 casos oficiais da doença e mais de oito mil óbitos. (dados do dia 3 de junho)
Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil