Qualidade de Vida: Museu Judaico proporciona um mergulho na história, dor e arte dos judeus
O Programa Qualidade de Vida levou associados da Afubesp, no dia 27 de junho, para conhecer o Museu Judaico de São Paulo, que funciona no espaço onde era uma das primeiras sinagogas da cidade, inaugurada em 1932. O passeio foi guiado pelos mediadores Marcellus Rodrigues e Maya Levcovitz, que apresentaram diferentes exposições.
Durante o passeio, eles souberam, por exemplo, que a presença dos judeus no Brasil coincide com o início da formação do país. Ao longo de mais de 500 anos, vieram pra cá em busca de uma vida melhor e, como muitos imigrantes, trouxeram na bagagem objetos, costumes, comidas, línguas, tradições, cultura e história.
Também conheceram um pouco sobre o templo, que foi construído por iniciativa de um grupo de judeus vindos do Leste Europeu que se estabeleceu em São Paulo. Após a reforma, o prédio foi transformado em Museu e conta a história da presença judaica no Brasil desde dezembro de 2021.
Pela primeira vez em uma atividade do Qualidade de Vida, Regiane Amorim adorou a experiência e recomenda a participação no programa. “Foi muito legal, se eu soubesse tinha começado a vir antes. Não sabia que existia esse Museu Judaico aqui em São Paulo. Aprendi muito e gostei da mediadora que apresentou, foi bem interessante. Depois que a gente aposenta não vem tanto para o centro, então tá aí o meu convite para os associados da Afubesp sempre participar do Qualidade de Vida porque vale muito a pena”, comentou.
Em exposição temporária, dor e arte se misturam
O Museu conta com uma exposição temporária que homenageia o artista Boris Lurie. Sua história é composta por muita luta, dor, arte e sobrevivência. Ele e o pai foram prisioneiros em campos de trabalho forçado e de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Após serem libertados, imigraram para os Estados Unidos e, por conta das perdas familiares sofridas no Holocausto, estenderam o luto por toda a vida. Boris vivia em Riga, na Letônia, e, mesmo estando preso, conseguiu ver sua mãe, irmã, avó e primeira namorada sendo levadas.
Contudo, ele só teve conhecimento do ocorrido após o fim da guerra. No ano seguinte, iniciou uma série de desenhos sobre a experiência nos campos de concentração, cuja obra principal, de 1946, é o retrato da mãe antes de ser baleada.
O mediador Marcellus Rodrigues explicou algumas obras do artista e abriu espaço para uma conversa entre os colegas do Qualidade de Vida, que proporcionou apresentação de diferentes pontos de vista. A obra mais debatida pelos sócios expressa o pavor das pessoas no campo de evacuação. Todos com aspectos de esqueletos, carecas, descalços e desumanizados, o que gerou muita comoção e reflexão no grupo.
Segunda parada: Parque Augusta
O programa foi finalizado ao ar livre com uma volta muito agradável no Parque Augusta. Inaugurado no dia 6 de novembro de 2021, o parque tem 23 mil metros de área e fica entre as ruas Augusta, Consolação, Caio Prado e Marquês de Paranaguá.
O local contém piso liso ideal para a prática de skate e patins. Para quem gosta de caminhar, tem um bosque com centenas de árvores, gramados, áreas sombreadas, parquinhos para crianças e um cachorródromo. Completam a infraestrutura sanitários públicos, arquibancada e um deck elevado, onde costumam ser realizados shows de artistas independentes aos finais de semana.
Segundo a funcionária da Afubesp Jacqueline Braga, que faz parte da coordenação do Qualidade de Vida e mora por ali, o espaço foi muito aguardado pelos moradores do bairro.
Texto: Gabriela Almeida
Fotos: Junior Silva