Protesto e homenagem 10 anos após a privatização
Em 19 de novembro, véspera de se completarem os 10 anos da privatização do Banespa, a Afubesp e as entidades sindicais realizaram ato de protesto no centro de São Paulo, na rua João Brícola, em frente à torre que era símbolo do banco.
Várias lideranças compareceram ao evento e falaram à população. Pela Afubesp, estiveram o presidente, Paulo Salvador, e a diretoria da entidade, bem como os integrantes da Comissão Nacional de Aposentados (CNAB) Herbert Moniz, Oliver Simioni e Sérgio Zancopé. Pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região marcaram presença a presidenta, Juvandia Moreira, e as diretoras Rita Berlofa e Vera Lúcia Marchioni. O deputado estadual eleito e ex-presidente do Sindicato. Luiz Cláudio Marcolino, também prestigiou o ato. Ainda participaram Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, Gilmar Carneiro, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de SP e Vagner Freitas, presidente da CUT-SP.
A mobilização se notabilizou pelo diálogo com a população, por meio do resgate da história do Banespa, da luta contra a privatização e dos personagens que foram peças-chave na resistência à venda – ao grupo espanhol Santander – de um dos mais importantes e ricos patrimônios públicos de São Paulo.
Um cartão postal era distribuído desde as primeiras horas da manhã desta sexta, estampando a foto da torre do Banespa, com o título “Cartão Postal da Traição” e texto relembrando a polêmica privatização promovida pelo governo do PSDB.
“Este ato tem o objetivo de lembrar a traição que foi feita contra os trabalhadores e a população de São Paulo com a venda do Banespa. O Mário Covas, governador do estado na época, e que tinha o Geraldo Alckmin como vice, assumiu o compromisso de fortalecer o banco, mas permitiu a venda ao Santander pelo governo do PSDB”, diz Paulo Salvador.
Sobre a escolha da torre, o presidente da Afubesp explica: “a torre é um dos símbolos da riqueza e do crescimento histórico do estado de São Paulo, algo que o Banespa ajudou a construir”.
Contudo, Paulo Salvador faz questão de ressaltar que o evento não representa somente protesto, mas também homenagem. “A luta contra a privatização não impediu a venda, mas nos fortaleceu, fez com que ganhássemos musculatura para batalhas posteriores que nos garantiram direitos. Há muitos heróis no percurso e é fundamental homenageá-los”, comenta.
Entre os nomes homenageados, estava o de Antonio Carlos Vilela, ex-diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Janeiro, importante nome da resistência à privatização, e que faleceu poucos dias após o leilão que determinou a venda do banco.
Por Moriti Neto/Afubesp
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