Mulheres vão às ruas em defesa dos direitos e pelo fim da violência

O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não é apenas uma data para homenagear as mulheres, mas um dia que simboliza as lutas e reivindicações por direitos e igualdade.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1975.
Neste ano, as mulheres voltam às ruas no próximo domingo (8). Com o tema ‘Resistência tem Nome de Mulher’, os atos, que acontecem em todo o país, serão em defesa da democracia, da educação, da saúde, dos empregos, pelo fim do feminicídio e por políticas sociais. Em São Paulo, a concentração será a partir das 14h, na Avenida Paulista 1853, em frente ao Parque Mário Covas (a duas quadras do Masp).
Dados cruéis
Apesar das lutas que resultaram em diversas conquistas ao longo dos anos, há dados muito cruéis que precisam ser combatidos. No mercado de trabalho, por exemplo, mulheres recebem, em média, 17% a menos que os homens por hora de trabalho na América Latina e Caribe. No Brasil, a diferença é ainda maior, de 25%, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Além disso, há muitas barreiras para as mulheres negras, refugiadas, lésbicas, transsexuais e mulheres com deficiência.
Em relação à violência, o Brasil é o 5º país com maior taxa de homicídios de mulheres. A cada duas horas uma mulher é vítima de feminicídio. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 3.200 mulheres foram vítimas desse crime hediondo entre 2016 e 2018 no país. No Estado de São Paulo, foram registradas 1.066 ocorrências de estupro apenas em janeiro de 2020.
Conquistas das mulheres no Brasil
1934 – As mulheres conquistam o direito ao voto.
1975 – São criados diversos grupos de discussão sobre a questão da mulher. Os jornais “Nós Mulheres” e “Brasil Mulher” dão voz ao movimento pela anistia, inicialmente promovido pelas feministas.
1978 – Acontece o Congresso da Mulher Metalúrgica. As mulheres intensificam a luta por creches, direitos trabalhistas, salários iguais ao dos homens, serviços de atendimento (educação, saúde e vítimas de violência) e pela divisão do trabalho doméstico.
1985 – Surge a primeira Delegacia da Mulher em São Paulo. Cresce o número de serviços voltados para a mulher (S.O.S. Mulher, Serviço de Orientação à Família).
1990 – Multiplica-se o número de ONGs e serviços de atendimento da mulher.
2006 – Sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei Maria da Penha (lei 11.340) foi criada para combater à violência doméstica contra a mulher no Brasil. A norma estabeleceu que a violência doméstica –física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral– é crime.
2015 – A então presidenta Dilma Rousseff sanciona lei que transforma o feminicídio em crime hediondo.
Ato #8M – Serviço
Ato unificado 8 de março 2020 (domingo)
Onde: Av. Paulista, 1853 (Parque Mário Covas, a duas quadras do Masp). Horário: a partir das 14h