Manutenção da taxa Selic: A tragédia do juro alto
É mais ou menos por aí que vai a escolha feita pelo Banco Central cada vez que amplia ou mantém nas alturas a taxa básica de juro oficial do Brasil, a Selic.
Na noite dessa quarta 20, o Comitê de Político Monetária do BC, o Copom, decidiu que a taxa deveria permanecer no patamar de 14,25% pela quarta vez seguida.
A Selic começou o ano de 2014 em 10% e terminou o ano em 11,75%. Já em 2015 a taxa passou de 11,75% para 14,25%, o que fez disparar os gastos com juros do Governo Federal.
“O aumento desses gastos com juro amplia o já enorme abismo social que agrava cada vez mais a desigualdade no Brasil”, critica a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. Entre janeiro e novembro de 2015 o montante consumido pelos juros pagos pelo governo em função da dívida pública equivale a nove vezes mais o que se pretende gastar com investimentos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, ao longo de todo o ano de 2016. Isso inclui, por exemplo, o Minha Casa, Minha Vida; toda infraestrutura logística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias); infraestrutura social e urbana (mobilidade, saneamento, prevenção de riscos, urbanização, creches, UBS e UPA, preservação de cidades históricas), entre outros itens. Comparado somente com o Bolsa Família, os gastos com juros são 13 vezes superiores.
“É uma tragédia para o país. Esses investimentos se traduziriam em mais empregos que fazem girar a roda da economia. Quando viram pagamento de juro, vão alimentar os cofres dos rentistas e aumentar a injustiça social que leva, por exemplo, ao aumento da violência que tanto incomoda a todos”, reforça Ivone, lembrando que a concentração de renda está atingindo níveis catastróficos em todo o mundo. Relatório da ONG britânica Oxfam, divulgado em 18 de janeiro, revela que em 2015 a riqueza de 1% da população mundial ultrapassou a dos 99% restantes e que apenas 62 indivíduos concentram tanta renda quanto 3,6 bilhões de pessoas. Em 2010 eram 388, o que atesta a concentração financeira cada vez maior.
O tal mercado – Sempre que o Copom está para divulgar a Selic, o “mercado” se alvoroça e surgem comentários sobre a necessidade de manter a taxa em alta para segurar a inflação. A escalada dos juros, no entanto, tem sido extremamente prejudicial ao país.
O economista e consultor da ONU Ladislau Dowbor ressalta que as aplicações nos mercados de capital tornaram-se muito mais lucrativas do que o investimento no setor produtivo, responsável pela geração de empregos e pagamento de impostos.
“As atividades produtivas de bens e serviços geram lucros na ordem de 2% ao ano, enquanto a média das aplicações financeiras rendem 5% a 7% ao ano. Por isso, quem investe no setor financeiro tende a acumular riqueza mais rapidamente do que no setor produtivo, o que aprofunda o desequilíbrio”, sustenta Dowbor.
O problema é que esse tipo de aplicação não produz qualquer tipo de bem, como automóveis, geladeiras ou parafusos, e por isso praticamente não gera emprego.
Além disso, concentra os ganhos nas mãos de poucos, desestimula tanto a iniciativa dos bancos em fomentar a economia – por que emprestar dinheiro para o pequeno empresário com risco maior, se podem lucrar muito mais emprestando dinheiro para o governo, sem risco cobrando juros tão elevados –, como trava a capacidade de investimento do Estado em infraestrutura e políticas sociais, já que grande parte do orçamento se destina a pagar esses juros da dívida.
É mais ou menos por aí que vai a escolha feita pelo Banco Central cada vez que amplia ou mantém nas alturas a taxa básica de juro oficial do Brasil, a Selic.
Na noite dessa quarta 20, o Comitê de Político Monetária do BC, o Copom, decidiu que a taxa deveria permanecer no patamar de 14,25% pela quarta vez seguida.
A Selic começou o ano de 2014 em 10% e terminou o ano em 11,75%. Já em 2015 a taxa passou de 11,75% para 14,25%, o que fez disparar os gastos com juros do Governo Federal.
“O aumento desses gastos com juro amplia o já enorme abismo social que agrava cada vez mais a desigualdade no Brasil”, critica a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. Entre janeiro e novembro de 2015 o montante consumido pelos juros pagos pelo governo em função da dívida pública equivale a nove vezes mais o que se pretende gastar com investimentos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, ao longo de todo o ano de 2016. Isso inclui, por exemplo, o Minha Casa, Minha Vida; toda infraestrutura logística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias); infraestrutura social e urbana (mobilidade, saneamento, prevenção de riscos, urbanização, creches, UBS e UPA, preservação de cidades históricas), entre outros itens. Comparado somente com o Bolsa Família, os gastos com juros são 13 vezes superiores.
“É uma tragédia para o país. Esses investimentos se traduziriam em mais empregos que fazem girar a roda da economia. Quando viram pagamento de juro, vão alimentar os cofres dos rentistas e aumentar a injustiça social que leva, por exemplo, ao aumento da violência que tanto incomoda a todos”, reforça Ivone, lembrando que a concentração de renda está atingindo níveis catastróficos em todo o mundo. Relatório da ONG britânica Oxfam, divulgado em 18 de janeiro, revela que em 2015 a riqueza de 1% da população mundial ultrapassou a dos 99% restantes e que apenas 62 indivíduos concentram tanta renda quanto 3,6 bilhões de pessoas. Em 2010 eram 388, o que atesta a concentração financeira cada vez maior.
> Por que a concentração de renda está crescendo
O tal mercado – Sempre que o Copom está para divulgar a Selic, o “mercado” se alvoroça e surgem comentários sobre a necessidade de manter a taxa em alta para segurar a inflação. A escalada dos juros, no entanto, tem sido extremamente prejudicial ao país.
O economista e consultor da ONU Ladislau Dowbor ressalta que as aplicações nos mercados de capital tornaram-se muito mais lucrativas do que o investimento no setor produtivo, responsável pela geração de empregos e pagamento de impostos.
“As atividades produtivas de bens e serviços geram lucros na ordem de 2% ao ano, enquanto a média das aplicações financeiras rendem 5% a 7% ao ano. Por isso, quem investe no setor financeiro tende a acumular riqueza mais rapidamente do que no setor produtivo, o que aprofunda o desequilíbrio”, sustenta Dowbor.
O problema é que esse tipo de aplicação não produz qualquer tipo de bem, como automóveis, geladeiras ou parafusos, e por isso praticamente não gera emprego.
Além disso, concentra os ganhos nas mãos de poucos, desestimula tanto a iniciativa dos bancos em fomentar a economia – por que emprestar dinheiro para o pequeno empresário com risco maior, se podem lucrar muito mais emprestando dinheiro para o governo, sem risco cobrando juros tão elevados –, como trava a capacidade de investimento do Estado em infraestrutura e políticas sociais, já que grande parte do orçamento se destina a pagar esses juros da dívida.
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É mais ou menos por aí que vai a escolha feita pelo Banco Central cada vez que amplia ou mantém nas alturas a taxa básica de juro oficial do Brasil, a Selic.
Na noite dessa quarta 20, o Comitê de Político Monetária do BC, o Copom, decidiu que a taxa deveria permanecer no patamar de 14,25% pela quarta vez seguida.
A Selic começou o ano de 2014 em 10% e terminou o ano em 11,75%. Já em 2015 a taxa passou de 11,75% para 14,25%, o que fez disparar os gastos com juros do Governo Federal.
“O aumento desses gastos com juro amplia o já enorme abismo social que agrava cada vez mais a desigualdade no Brasil”, critica a secretária-geral do Sindicato, Ivone Maria da Silva. Entre janeiro e novembro de 2015 o montante consumido pelos juros pagos pelo governo em função da dívida pública equivale a nove vezes mais o que se pretende gastar com investimentos do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, ao longo de todo o ano de 2016. Isso inclui, por exemplo, o Minha Casa, Minha Vida; toda infraestrutura logística de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias); infraestrutura social e urbana (mobilidade, saneamento, prevenção de riscos, urbanização, creches, UBS e UPA, preservação de cidades históricas), entre outros itens. Comparado somente com o Bolsa Família, os gastos com juros são 13 vezes superiores.
“É uma tragédia para o país. Esses investimentos se traduziriam em mais empregos que fazem girar a roda da economia. Quando viram pagamento de juro, vão alimentar os cofres dos rentistas e aumentar a injustiça social que leva, por exemplo, ao aumento da violência que tanto incomoda a todos”, reforça Ivone, lembrando que a concentração de renda está atingindo níveis catastróficos em todo o mundo. Relatório da ONG britânica Oxfam, divulgado em 18 de janeiro, revela que em 2015 a riqueza de 1% da população mundial ultrapassou a dos 99% restantes e que apenas 62 indivíduos concentram tanta renda quanto 3,6 bilhões de pessoas. Em 2010 eram 388, o que atesta a concentração financeira cada vez maior.
> Por que a concentração de renda está crescendo
O tal mercado – Sempre que o Copom está para divulgar a Selic, o “mercado” se alvoroça e surgem comentários sobre a necessidade de manter a taxa em alta para segurar a inflação. A escalada dos juros, no entanto, tem sido extremamente prejudicial ao país.
O economista e consultor da ONU Ladislau Dowbor ressalta que as aplicações nos mercados de capital tornaram-se muito mais lucrativas do que o investimento no setor produtivo, responsável pela geração de empregos e pagamento de impostos.
“As atividades produtivas de bens e serviços geram lucros na ordem de 2% ao ano, enquanto a média das aplicações financeiras rendem 5% a 7% ao ano. Por isso, quem investe no setor financeiro tende a acumular riqueza mais rapidamente do que no setor produtivo, o que aprofunda o desequilíbrio”, sustenta Dowbor.
O problema é que esse tipo de aplicação não produz qualquer tipo de bem, como automóveis, geladeiras ou parafusos, e por isso praticamente não gera emprego.
Além disso, concentra os ganhos nas mãos de poucos, desestimula tanto a iniciativa dos bancos em fomentar a economia – por que emprestar dinheiro para o pequeno empresário com risco maior, se podem lucrar muito mais emprestando dinheiro para o governo, sem risco cobrando juros tão elevados –, como trava a capacidade de investimento do Estado em infraestrutura e políticas sociais, já que grande parte do orçamento se destina a pagar esses juros da dívida.
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