Ladrões seqüestram família e gerente do Santander no Rio Grande do Sul
Em uma ação ousada, pelo menos quatro homens armados mantiveram em cárcere privado a gerente do posto de atendimento na Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), do Santander, em São Leopoldo (RS), o marido e o filho de oito anos dela durante 12 horas, entre a noite segunda-feira, dia 30, e a manhã de ontem, dia 31, com a intenção de roubar um carro-forte. O ataque começou em um bairro residencial de Sapucaia do Sul e terminou no viaduto do bairro Scharlau, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre.
Três homens armados com pistolas renderam o marido da gerente operacional do posto na Unisinos, por volta das 20h30 de segunda-feira. Funcionário de uma fábrica de geradores de Porto Alegre, o homem de 31 anos guardava o Gol prata, quatro portas, na garagem, quando os criminosos anunciaram a ação.
Os homens entraram na casa, no bairro Paraíso, de classe média em Sapucaia, e disseram ao marido que pretendiam roubar no dia seguinte o banco onde sua mulher trabalha. Às 21h15, o industriário foi obrigado a ir com um dos assaltantes, em seu próprio carro, buscar a mulher de 25 anos na Estação Sapucaia do trensurb. O filho do casal ficou na residência com dois assaltantes. Depois de pegar a bancária no metrô, o criminoso retornou com o casal.
Segundo os depoimentos da vítima ao delegado Heliomar Athaydes Franco, nesse momento o bando deu as orientações de como seria a ação. Eles entregaram à gerente uma sacola de viagem, onde ela teria de colocar o dinheiro que chegaria ao posto bancário em um carro-forte pela manhã. Durante a noite, a família permaneceu no quarto do casal e os criminosos ficaram na sala, onde fizeram um lanche.
No dia seguinte, às 6h40, dois assaltantes deixaram a casa no automóvel da família com o marido e o filho da gerente. Vinte minutos depois, a bancária saiu da residência levada por um quarto assaltante – um jovem que não havia estado no início da ação – até ao posto de atendimento do Santander da Unisinos. Enquanto aguardavam o carro-forte, ela foi obrigada a recolher as quantias existentes nos caixas do posto, mas a sacola – que tinha um coldre em seu interior – acabou não sendo levada.
Como o carro-forte se atrasou (deveria chegar às 8h), os criminosos acharam que a polícia tivesse sido avisada e libertaram os reféns, por volta das 8h30, próximo ao viaduto da Scharlau. O marido e o filho buscaram socorro numa loja na Rua Ipiranga. Quando saíam do estabelecimento, foram apanhados novamente pelos bandidos, sendo liberados cinco minutos depois. O carro da vítima ficou em poder de um dos assaltantes e foi localizado três horas depois no bairro São João Batista.
A notícia do seqüestro saiu nos jornais Zero Hora e NH nesta quarta-feira, dia 1º de setembro. O Sindicato dos Bancários de São Leopoldo e a Federação dos Bancários do RS entraram em contato com o posto na Unisinos para exigir a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para a vítima do seqüestro, o que ainda não ocorreu. “A CAT é fundamental para comprovar que as lesões decorrentes da ação criminosa foram ocasionados pelo fato de a funcionária trabalhar no banco”, destaca o diretor da Federação, Ademir Wiederkehr, que também é representante do RS na Comissão Nacional de Segurança Bancária.
fonte: Seeb PoA com informações do jornal Zero Hora