Em pleno 28 de agosto, bancários estão na luta e exigem proposta decente da Fenaban
Nesta quarta, 28 de agosto, dia do bancário, a categoria se mobiliza em todo o país para reivindicar valorização e aumento real, em um dia nacional de luta, definido após a 10ª rodada de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) que mostrou o desrepeito dos banqueiros com o trabalho de seus funcionários.
Isso porque, a entidade propôs primeiramente reajuste de 90% do INPC, rejeitada prontamente pelo comando, e mais tarde – depois de uma pausa solicitada pelos bancos – voltaram com proposta de apenas repor o INPC nos salários e demais verbas, sem ganho real, e somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste. O comando rejeitou novamente.
“Com essa proposta de reajuste zero e deixando de aplicar o reajuste em setembro, mas somente em janeiro, os bancos retirariam do bolso das trabalhadoras e trabalhadores R$ 1,2 bilhão, considerando salários, segunda parcela do 13º, vale alimentação e vale refeição e antecipação da PLR”, comenta a coordenadora do comando e presidenta da Contraf, Juvandia Moreira.
Diante da falta de empenho da Fenaban em concluir as negociações, o Comando Nacional pontuou que fica em São Paulo para negociações até a próxima sexta, dia 30, que é o prazo que os bancos têm para apresentar uma proposta decente.
As negociações já estão em curso nesta quarta, 28, oportunidade em que se espera também respostas sobre suporte aos pais de PCDs, o combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, ampliação do teletrabalho, além do aumento real da remuneração e PLR, entre outros pontos da minuta.
O coletivo também decidiu realizar assembleias no dia 4 de setembro, antecedidas de plenárias, a partir das 18h, para que a categoria avalie propostas ou os rumos das mobilizações.
A “culpa” é dos bancários
A Fenaban tentou defender o indefensável: que os bancos sofrem com as condições do mercado. Primeiro, culparam as despesas com pessoal por encarecerem os produtos bancários, depois culparam a concorrência no setor e, por fim, chegaram a culpar as conquistas da CCT pela redução de postos de trabalho nos bancos.
O Comando rebateu cada uma das absurdas alegações com dados: mesmo que as despesas de pessoal dos bancos sejam superiores que as cooperativas e instituições de pagamento, as receitas dos bancos são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.
Destacou ainda que, enquanto todo o ramo financeiro segue apresentando aumento nas contratações, os bancos estão utilizando o processo tecnológico como estratégia para demitir e contratar trabalhadores terceirizados e autônomos.
“Em um país em que dois da lista dos cinco novos bilionários da Forbes em 2024 são banqueiros, em que entre as 10 maiores empresas do país, cinco são bancos, além de desrespeitar o trabalhador com esses apontamentos, a Fenaban não demonstra ter compromisso com o desenvolvimento do país”, destacou Juvandia Moreira, voltando a lembrar que, só em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões. “Estamos falando de lucro, já descontados impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos”, completou
Afubesp com informações da Contraf