Diabetes: Viver com a doença não é o fim do mundo. Cuide-se!
Neste próximo sábado (14), é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, que alerta para a prevenção e tratamento contínuo da doença crônica. A data homenageia o nascimento do cientista Frederick Banting que, em parceria com Charles Best, foram responsáveis pela descoberta da insulina em 1921.
O diabetes é uma doença que atinge o metabolismo, causando a falta de insulina ou da capacidade hormonal de fazer efeito no corpo. Este quadro causa o aumento da glicose no sangue e, se não for bem controlado, complicações ao longo dos anos.
Para quem já foi diagnosticado, a campanha divulgada neste dia ressalta a importância de manter os níveis glicêmicos no lugar certo. E, para as pessoas com risco de desenvolver o diabetes, a relevância da prevenção. Mais do que isso, a data também tem como objetivo quebrar tabus e dissipar informações corretas sobre a condição, que cresce a passos largos entre a população mundial.
Segundo dados da International Diabetes Federation (IDF), em 2014, aproximadamente 387 milhões de adultos declararam ter diabetes. A estimativa da entidade é de que em 2035 este número suba para 592 milhões.
Entretanto, apesar de exigir cuidado redobrado e mudança de hábitos, ser portador de diabetes nos dias de hoje está longe de ser o fim do mundo, ao contrário do que muitas pessoas acreditam. Aliando exercícios físicos, dieta inteligente e um bom controle do açúcar no sangue, é possível viver uma vida mais saudável do que antes do diagnóstico e evitar problemas.
Uma picada no dedo nunca foi tão decisiva: o teste da glicemia é rápido, indolor e – o principal – dá a noção ao indivíduo de seus riscos de desenvolver a doença. Por isso, caso não tenha um glicosímetro (aparelho medidor de glicose), vá a um posto de saúde e peça o exame. Quanto mais cedo você descobrir como vai sua glicemia, melhor.
Os valores dos níveis glicêmicos no sangue são:
Até 100 mg/dl em jejum: normal
Até 140 mg/dl após refeições: normal
De 140 mg/dl a 200 mg/dl: possível situação de pré-diabetes
A partir de 200 mg/dl: diabetes
Nas duas últimas situações, recomenda-se procurar um médico para o tratamento mais adequado.
Existem diferentes tipos de diabetes:
Tipo 1: O pâncreas deixa de produzir a insulina por conta de um defeito no sistema imunológico, sendo que os anticorpos atacam as células. Ocorre entre 5 a 10% dos portadores de diabetes, geralmente crianças, jovens, e jovens adultos. O tratamento é, geralmente, realizado com insulinoterapia subcutânea.
Tipo 2: Tratado com medicamentos orais ou subcutâneos, ocorre por conta de fatores como obesidade, má alimentação e resistência à insulina. Ou seja, o corpo ingere mais açúcar/carboidratos e não consegue produzir insulina o suficiente. Por isso, o açúcar acumula no sangue. O tipo 2 é o mais comum entre os pacientes.
Diabetes gestacional: Quando, durante a gestação, o organismo resiste à ação da insulina e os níveis glicêmicos aumentam – podendo ou não persistir após o nascimento do bebê.
Pré-diabetes: O indivíduo que possui potencial para desenvolver diabetes, e precisa monitorar regularmente sua glicemia e seguir dieta rigorosa. Ocorre somente no risco para tipo 2, pois para o tipo 1 há predisposição genética, não dependendo de fatores do estilo de vida.
A Cabesp possui campanha de prevenção que convida seus beneficiários a fotografarem suas glicemias para reforçar o controle. E, salvo para o tipo 1, é possível retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes com mudanças de hábitos. Acesse aqui a campanha.
Para os já diagnosticados, cuidados como alimentação e fazer todos os exames periodicamente (como o da hemoglobina glicada, que mostra como está o tratamento a longo prazo) são essenciais.
Caso possua dúvidas sobre como lidar com a doença, converse com seu endocrinologista ou frequente grupos de apoio. E, o mais importante de tudo, tenha em mente que o diabetes – se bem tratado – não impede de viver uma vida normal.
Família tem papel fundamental
O diabetes demanda maior responsabilidade e entendimento não só do portador, mas também da família. Para Glaucia Margonari Bechara, psicóloga clínica e membro da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), as pessoas ao redor podem ser mais compreensivas e aderir ao estilo de vida mais saudável. “Esta ajuda pode se dar pela aceitação do diabetes como parte da pessoa, na procura pela alimentação correta, lembrança dos medicamentos”, diz a especialista em artigo publicado pela ADJ. “É o convívio que gera confiança, segurança e conforto”.
Além disso, esta cooperação também previne que mais pessoas dentro da família desenvolvam a doença. Hábitos saudáveis devem ser compartilhados!
Letícia Cruz, Afubesp – Foto: Camila de Oliveira