Dia da Pessoa com Deficiência: Só a luta garante direitos e inclusão
Celebrado neste dia 3 de dezembro, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência tem como objetivo promover a reflexão sobre os desafios que esta população ainda enfrenta, bem como a sua inclusão e defesa dos direitos e dignidade. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que existem no Brasil aproximadamente 45 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representa 23,91% da população.
Na categoria bancária, como em outros setores, a desigualdade em relação às PCDs também é observada. De acordo com o Censo da Diversidade da Fenaban divulgado este ano, o número de bancários com deficiência motora empregados caiu de 61,4% em 2008 para 60,7 em 2014. Já o de pessoas com deficiência auditiva subiu de 12,2% para 22,8% e com deficiência visual de 3,9% para 11,8%. Estes trabalhadores representam 3,7% na categoria bancária atualmente, ante 1,8% seis anos atrás. Os números mostram que os bancos estão contratando menos pessoas com deficiência e, portanto, descumprindo a Lei de Cotas (que exige 5% de PCDs).
A batalha pela inclusão – seja no trabalho, por acesso, infraestrutura e bem-estar – segue dia após dia para quebrar barreiras. Marly Santos, diretora da Afubesp e integrante do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, afirma que, apesar das muitas conquistas nos últimos anos, ainda há o preconceito de quem pensa que as pessoas com deficiência têm “mordomias”, quando na verdade buscam seus direitos. “A verdade é que o que conseguimos foi através de muita luta, e se não continuarmos lutando as leis não vão valer de nada”, ressalta a dirigente.
Ainda segundo ela, é preciso maior engajamento. “Não adianta reclamar. Nós precisamos sair de casa, ver o que precisa ser feito e reivindicar melhorias. Temos de estar em nossos conselhos, nos espaços políticos, e em todos os espaços públicos”, pontua.
Letícia Cruz, Afubesp
Foto: Abr