Campanha Nacional: Sindicato negocia regulamentação do home office
Em mesa com a Fenaban (federação dos bancos), nesta terça-feira 4, os bancários reforçaram que é fundamental garantir direitos para quem exerce o regime de home office (teletrabalho). O assunto foi a pauta da primeira rodada de negociações da Campanha Nacional do Bancários 2020, realizada por videoconferência. Os trabalhadores reivindicam uma cláusula nova na CCT da categoria que regulamente o home office.
A reivindicação foi baseada em pesquisa da Contraf-CUT e Dieese que mostrou que bancários e bancárias em home office enfrentam problemas nessa modalidade.
> Por que é importante regulamentar o home office
Veja os principais pontos reivindicados sobre home office:
- Concessão de todos os benefícios previstos na CCT;
- Fornecimento de equipamentos necessários para o desempenho das funções do trabalhador. Na pesquisa Contraf-CUT/Dieese, 32,5% dos entrevistados disseram que o banco não se responsabilizou por nenhum equipamento ou infra-estrutura para que realizassem o trabalho de casa, e para 50,8% o banco forneceu apenas notebook. Quando questionados sobre o que seria necessário para melhorar o home office, 55,7% apontaram ser muito importante o fornecimento de equipamentos adequados, inclusive cadeira ou mesa com ergonometria.
- Pagamento dos custos do home office pelo empregador (como energia elétria, internet, etc). Na pesquisa, 72% relataram aumento nos gastos com supermercado e 78,6% apontaram aumento na conta de energia elétrica.
- Controle da jornada. Também foi perguntado na pesquisa se havia controle da jornada e 32% disseram que não. Além disso, 35,6% relataram trabalhar além da jornada
- Telefone para contato em caso de problemas. Ainda segundo o levantamento, 51,7% dos bancários disseram que não havia ou que desconheciam esse canal.
- Metas: não deve ser feita cobrança por celular, WhatsApp ou outro aplicativo.
- Prestação de serviço de forma presencial ao menos 1 vez por semana. Na pesquisa, 42% responderam que gostariam de realizar um regime misto, com dias de trabalho em casa e outros no banco.
> Veja aqui todos os pontos da proposta de nova cláusula
Regulamentação
“O home office na pandemia de coronavírus é fundamental para a segurança dos trabalhadores e suas famílias. Mas se os bancos querem adotar o regime definitivamente, é preciso que isso seja regulamentado. Não pode ser imposto, o trabalhador tem de concordar”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma da coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.
“Outro ponto defendido é que o home office deve seguir regras, com respeito à jornada, à remuneração e todos os demais direitos da CCT. Foi isso que deixamos claro na mesa de hoje para a Fenaban”, acrescenta Ivone.
Na mesa, o Comando defendeu a proposta de nova cláusula e mostrou que as reivindicações foram embasadas na pesquisa. A Fenaban informou que já havia feito uma reunião sobre o assunto com todos os filiados e que os bancos disseram não ter interesse de tratar a questão nas rodadas da Campanha, segundo eles, por se tratar de algo que caberia a cada banco. Apesar disso, o representante da Fenaban disse que, diante da pesquisa e dos dados apresentados, iria levar novamente a questão aos bancos e daria o retorno em novas reuniões com o Comando.
A próxima mesa de negociação com a Fenaban será na quinta-feira 6 e abordará o tema emprego. Confira aqui o calendário de rodadas da Campanha dos Bancários 2020. E para saber tudo sobre a campanha, leia o nosso tutorial.
SP Bancários