Cabesp e Banesprev estão na minuta de reivindicações entregue dia 10
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, responsável pelas negociações do acordo específico com o banco, entregou, no dia 10, a minuta de reivindicações. A minuta é composta por três blocos: o primeiro são das cláusulas vigentes do acordo atual, que tem duração até 31 de agosto de 2024; o segundo bloco são das cláusulas oriundas dos funcionários e funcionárias do banco Banespa; e o terceiro são de cláusulas novas, construídas para encaminharmos as discussões e também as negociações para a renovação da minuta deste ano.
Na pauta, aprovada durante o Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, que ocorreu no último dia 6, na capital paulista, constam dois termos de compromisso, um da Cabesp e outro do Banesprev. Presente na entrega, a presidenta da Afubesp, Maria Rosani, reforçou sobre os direitos garantidos e negociados pelo movimento sindical, desde a privatização do Banespa. “O Santander precisa ter o compromisso e responsabilidade não apenas com os funcionários da ativa, mas também com quem também contribuiu por anos com o banco. É fundamental avançar para uma negociação sobre as duas joias dos banespianos. Nossa previdência complementar e a qualidade do nosso plano de saúde precisam ser preservadas.”
O encontro, na sede do banco, em São Paulo, com a vice-presidente de RH, Germanuela de Almeida de Abreu, é o primeiro passo para o início das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos trabalhadores do banco – aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, que ficará em vigência no biênio 2024-2026. O documento também foi recebido pela superintendência de RH Sindicais do banco, representada por Marcelo Couto.
Pré-acordo para manter garantias
Junto com a minuta, os trabalhadores entregaram ao banco um pré-acordo de garantias, assinado por todas as federações sindicais que compõem a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e inclui Feeb-SP/MT e a Afubesp. “Na reunião, nós enfatizamos a importância deste termo, para garantir a manutenção de todos os direitos e conquistas do acordo vigente, tanto nas cláusulas sociais e econômicas quanto nas sindicais, até que possamos assinar um novo acordo”, observou Wanessa Queiroz, coordenadora COE e dirigente da Afubesp.
PPRS
“Os representantes do banco destacaram que a empresa tem a expectativa de realizar uma alteração no acordo vigente, no que diz respeito ao pagamento da PPRS, para que possa ser compensada da PLR, como é praticado por algumas outras instituições. Nós enfatizamos a importância da manutenção dessa conquista aos trabalhadores que construíram e constroem os resultados do banco. Além disso, o banco Santander tem inúmeros incentivos fiscais no pagamento dos seus tributos. Portanto, parte desse valor deveria ser revertido com a distribuição linear para todos os seus trabalhadores no Brasil”, completou a representante da COE.
Isenções
Wanessa destacou ainda que os trabalhadores irão priorizar, nesta campanha, a cobrança ao banco para que isente totalmente as tarifas cobradas dos empregados. “O Santander é o único banco do país que cobra tarifa de seus funcionários. E deveria, também, assim como os demais, isentar as tarifas e reduzir juros cobrados dos funcionários”.
Redução de jornada, PcDs e neurodivergentes
Os trabalhadores também pedem, na minuta, a redução de jornada para quatro dias. “Essa redução já está sendo implementada em diversas empresas da Europa”, salientou Wanessa.
O documento possui ainda medidas de inclusão de direitos aos pais e funcionários com deficiências (PcDs) e neurodivergentes. “Há uma demanda muito grande, atualmente, no banco sobre esses temas. Houve um aumento de 300% de solicitações de ajudas sociais para custear a co-partipação que é cobrada pelos planos de saúde e isso tem impacto no orçamento dos funcionários, porque há uma necessidade contínua em terapias para a manutenção de tratamentos a esses grupos”, explicou Wanessa.
Mobilização de todas e todos é fundamental
“O que recebemos do banco, a partir da fala da Germanuela, é que façamos uma negociação construtiva, que possamos nos ouvir e ter respeito durante todo o processo”, avaliou a dirigente da Afubesp. “Do nosso lado, é importante a participação e mobilização de todos e todas, para que consigamos avançar nas negociações. É dessa forma, com a mobilização e unidade do movimento sindical e os funcionários, que iremos conseguir uma negociação forte e muito representativa, nacionalmente, para que a gente possa atuar na manutenção de direitos e avançar em cláusulas novas”, concluiu.
Com informações Contraf- CUT