Afubesp lamenta o falecimento do eterno banespiano Aguinaldo Maldonado

É com extremo pesar que a Afubesp comunica a passagem de Aguinaldo Maldonado, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Assis em um momento crucial para a entidade. Com o DNA da luta, foi um dos personagens mais ativos na luta contra a privatização do banco. Mesmo aposentado, fazia questão de saber de todos os caminhos da Cabesp e Banesprev. Foi membro eleito do Conselho de Representantes (Corep), visitando agências e participando de reuniões com os trabalhadores. Foi membro do Conselho de Eméritos da Afubesp e da Comissão Nacional de Aposentados (CNAB).
A entidade se solidariza com amigos e familiares neste momento de dor.
Maldonado, presente!
Em 2014, o Jornal Dignidade (edição nº 38) entrevistou o aguerrido colega que certamente deixará saudades. Reproduzimos abaixo:
Lutas travadas por Aguinaldo Maldonado mostram que defesa do trabalhador está no sangue
Em sua própria definição, o banespiano Aguinaldo Maldonado é um “inconformista” por natureza. O dirigente, que foi presidente do Sindicato dos Bancários de Assis em um momento crucial para a entidade, começou a trajetória profissional como contínuo em Assis. Fez curso técnico de contabilidade e, depois de muito empenho, cursou Direito e se formou em 1980. Em sua vida como bancário no Banespa, também trabalhou como escriturário em Palmital (SP) após passar em concurso público. Passou por todas as seções do banco, entre idas e vindas pelas agências de cidades da região de Assis, inclusive como comissionado em Santo André, no ABC paulista. “Nunca recebi nenhuma advertência, nem mesmo verbal, apesar de brigar bastante (pelos direitos)”, se orgulha. Aposentou-se em 1993 como gerente adjunto.
Mesmo mudando de cidade em cidade por conta do trabalho, Aguinaldo sempre esteve de olho nas questões ligadas à categoria. “Onde tinha movimento de sindicalistas, eu queria estar no meio. Meu avô era comunista, acho que vem do sangue”, lembra o dirigente que participou de greves históricas. Foi membro eleito do Corep do Banespa na chapa de Oswaldo Dias Laranjeiras, e trabalhou ao lado de nomes como Luiz Gushiken e Augusto Campos . “Todo o tempo que estive à frente do Corep nunca deixei de visitar uma agência e nunca faltei em uma reunião”, reforça. Maldonado também integrou o Comitê Gestor do Plano V, faz parte do Conselho de Eméritos da Afubesp e é membro da CNAB desde 1997.
Um dos episódios mais marcantes de sua vida como sindicalista – senão o mais memorável – foi a épica vitória da chapa 2 no Sindicato dos Bancários de Assis, em 1991. A chapa, encabeçada por ele, foi montada em somente um dia. Faltando 30 minutos para o fim das inscrições regulamentadas, entrou na disputa com a diretoria que até então tomava contra da entidade (e já planejava a data da posse por “falta” de chapa oponente). “Foi uma revolução no sindicato”, lembra ele. Maldonado ficou por um mandato, mas permaneceu e se mantém presente e ativo nas lutas sindicais da categoria. “Meus gurus sempre foram (Augusto) Campos e Lúcia Mathias. Me deram muita força e me ensinaram muita coisa”, diz.
Apesar do grande feito, a luta mais ferrenha que travou junto dos banespianos foi contra a privatização e pela garantia dos direitos dos funcionários do banco, segundo ele. “Participei de todos os enfretamentos do pessoal pré-75, sobre a Resolução 118 e afins. Onde podemos encontrar auxílio político, nós vamos”. Aos colegas, o recado do dirigente é claro: “Sempre irão existir os privilegiados e os prejudicados. Não podemos desistir. Passamos por momentos difíceis no banco, mas não podemos viver no passado”. Motivos para continuar na luta não faltam.
Afubesp
Foto: Montagem/Camila de Oliveira