Suicídio: um assunto delicado que precisa ser falado
Nesta terça, 10 de setembro, é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lançado em 2003 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente a campanha Setembro Amarelo desde 2014.
De acordo com o organismo das Nações Unidas, nove em cada dez suicídios podem ser evitados. Dados da OMS indicam que 32 pessoas se matam por dia no Brasil. No mundo, há uma morte do tipo a cada 45 segundos. Por ano, são registrados cerca de 12 mil casos no país e mais de 1 milhão no mundo.
Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
Ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 188, que tem ligações gratuitas para todo o Brasil, é um excelente recurso para ajudar as pessoas que tem pensamentos depressivos.
Atenção com adolescentes e idosos
Segundo o Relatório Global para Prevenção do Suicídio da Organização Mundial da Saúde, o suicídio na terceira idade chega a 7,7 casos para cada 100 mil pessoas acima entre 60 e 69 anos. Entre aquelas com mais de 70 anos, a taxa sobre para 8,9. Problemas de saúde e falta de perspectiva estão entre as causas.
Outra faixa etária que tem grande incidência de casos de suicídio é a adolescência. Matéria publicada no Uol Notícias em abril deste ano mostra que, os índices de suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos que vivem nas grandes cidades brasileiras (Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro) aumentou 24% entre 2006 e 2015. No interior do país o crescimento foi na ordem de 13%.
Os dados são da pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O estudo, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, indica que o suicídio é até três vezes maior entre jovens do sexo masculino.
Os pesquisadores da Unifesp utilizaram dados do SUS (Sistema Único de Saúde), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Coeficiente Gini (que mede desigualdade) para chegar às conclusões. Eles apontam a popularização da internet, as mudanças sociais no país e a falta de políticas públicas de combate ao suicídio como as razões pra esse aumento.
Um dos novos riscos para o suicídio adolescente é o uso da internet. o professor de psiquiatria da EPM Jair de Jesus Mari afirma que “Facebook, WhatsApp e Instagram aumentam a exposição ao ciberbullying assim como o compartilhamento de comportamentos disfuncionais, como divulgação de métodos de suicídio e minimização dos perigos da anorexia”
Foto: Amanda Flor