Setor de tecnologia no Casa 2 do Santander está parado
A Produban e a Isban, alguns dos principais setores responsáveis pela área de tecnologia do Santander no Brasil, instalados no Centro Administrativo Casa 2, não abriram as portas nesta quarta 2, quando a categoria completa seu 14º dia de greve nacional por tempo indeterminado.
O complexo administrativo que abriga cerca de 1,4 mil trabalhadores, entre bancários e terceirizados, amanheceu quase que deserto na manhã chuvosa. “Muitos de meus amigos nem saíram de suas casas. Todos estão insatisfeitos com a proposta de 6,1% e esse silêncio dos bancos só aumenta a revolta. Em outros anos eles apresentavam mais propostas até chegar a uma que considerássemos aceitável, mas agora nem isso”, destacou um funcionário do banco.
Segundo a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa, ocorre verdadeiro braço de ferro entre a categoria e as instituições financeiras e considera fundamental que a greve cresça ainda mais. “Os mesmos que se mantêm intransigentes em querer valorizar os funcionários são os que, no caso do Santander, neste ano se autoconcederam reajuste de cerca de 40% em seus rendimentos: os altos executivos”, explicou a dirigente. “Estamos numa verdadeira guerra e para vencê-la é necessário que cada bancário, cada bancária faça sua parte. Quem ainda não entrou em greve não deve apenas aderir ao movimento mas convencer outros colegas a fazê-lo.”
Rite também critica a postura do Santander que pressiona trabalhadores a se deslocarem, em plena madrugada, para contingências. “Essa medida, além de ser uma prática antissindical para tentar impedir que os funcionários exerçam seu legítimo direito de greve, coloca em risco a segurança do funcionário e ainda o priva de passar mais tempo com seus familiares”, disse a dirigente. “Se todas essas energias fossem gastas para fazer proposta que preveja aumento real, valorize o piso, contemple abono assiduidade entre outras reivindicações importantes, a categoria já teria encerrado o movimento.”
Revolta – Entre as queixas dos funcionários da tecnologia está a falta de ascensão profissional. “Estamos espremidos no banco. De um lado tem setores terceirizados, de outro diversos estrangeiros trazidos pelo Santander. Essa situação tem feito com que vários colegas meus procurem colocação em outras empresas. Respeito essa decisão, mas prefiro que tenhamos reconhecimento onde trabalhamos há tantos anos. Também seria importante que o Santander contratasse os terceirizados tanto para que sejam reconhecidos pelo que fazem quanto para trazer mais tranquilidade ao ambiente de trabalho, acabando com uma concorrência absurda que existe hoje entre os trabalhadores”, disse um empregado do Santander que conclui: “Todos aqui reconhecem o esforço que o Sindicato tem feito nesta greve, mas também temos de fazer a nossa parte nesse movimento”.
Seeb-SP