São Paulo: Corte de custos extingue fretado no Santander
Às vésperas da Páscoa, o Santander fez uma indigesta surpresa aos seus funcionários ao extinguir as linhas de ônibus fretados que partiam das concentrações Torre, Casa 1 e Casa 3 com destino a Pirituba, além das paradas intermediárias nas estações Vila Madalena e Sumaré do metrô das demais linhas.
O dirigente sindical Ramilton Marcolino afirma que o fim do serviço veio sem anúncio prévio. “Cobramos uma explicação do banco, que nos respondeu de forma evasiva, padronizada e desrespeitosa, alegando desculpas como práticas de mercado, que a medida foi pensada com base em estudos, questões de segurança etc.”
Os bancários estão indignados com a extinção da linha e os transtornos decorrentes do fim das paradas intermediárias. “Agora terei que ir de trem, onde já fui assaltada e tenho trauma”, afirmou uma funcionária. “E quem vai cuidar dos meus filhos se eu demorar mais tempo para voltar do trabalho?”, questiona outra. “Tenho faculdade após o expediente. Não conseguirei chegar a tempo se o fretado acabar. Não sei o que vou fazer”, queixou-se outro.
Segundo Ramilton, o fim do serviço vai impactar centenas de funcionários. “A decisão foi arbitrária e unilateral. Não nos chamaram para conversar. Não há compromisso com os trabalhadores. Reduzir custos através do sofrimento dos bancários é uma medida equivocada e pouco inteligente”, avalia o dirigente.
Básico – Denúncias recebidas pelo Sindicato apontam que as reduções de custos no Santander chegam ao cúmulo de atingir até mesmo questões básicas como papel higiênico, bebedouros e coleta de lixo. Há ainda sinalização de cortes no café e pãozinho.
Para a diretora executiva do Sindicato Maria Rosani, as medidas de economia são antagônicas aos bônus dos executivos. “Os trabalhadores amargam demissões, assédio moral, metas abusivas, sobrecarga de trabalho e essas reduções ridículas, sendo que o grupo Santander continua com lucros de R$ 6 bilhões e pagando altos prêmios aos seus diretores. Reivindicamos uma mesa de negociação e exigimos respeito ao Brasil e aos trabalhadores brasileiros”, afirma.
Seeb SP