Santander desrespeita trabalhadores afastados
O banco Santander tem provocado piora na saúde mental, emocional e física dos trabalhadores afastados por doença. Uma das medidas nesse sentido é o desconto da assistência médica na conta corrente dos bancários que estão afastados sem remuneração e sem direito à complementação salarial prevista em cláusula na CCT.
Antes o banco mantinha o desconto da assistência médica na folha de pagamento para todos os trabalhadores afastados, independentemente de ter ou não complementação salarial. Nesse caso, o bancário contraía uma dívida com o banco/RH/empregador decorrente da sua relação de emprego, e não tinha que pagar juros. Agora, com o desconto em conta corrente do trabalhador, isso gera encargos e taxas caso o funcionário não tenha dinheiro na conta. O Santander alega que passou a fazer isso porque se trata de uma relação de consumo.
“É no mínimo insensibilidade por parte do banco com a situação desses funcionários. Ainda que o trabalhador esteja recebendo benefício do INSS, isso se torna um problema, porque a cobrança da assistência médica pode cair na conta antes do crédito do benefício, o que também vai gerar juros sobre essa dívida. Mas, na maioria das vezes, os trabalhadores estão sem benefício do INSS e sem salário, e o problema é ainda maior. Vira uma bola de neve, com a dívida aumentando ainda mais por conta dos encargos bancários”, destaca Ana Marta, dirigente da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A dirigente informa que o Sindicato já encaminhou pedido de reunião com o banco para tratar do assunto. Os representantes dos trabalhadores estão reivindicando que o débito permaneça ocorrendo na folha de pagamento. Reivindicam ainda que, no retorno ao trabalho, se o saldo da dívida com a assistência médica for superior a 30% do salário, que seja efetuado o parcelamento do desconto.
“Ressaltamos ainda que a mensalidade da assistência médica e a coparticipação vêm sofrendo mudanças e aumento muito acima da inflação desde 2013, e a cada ano pesando mais nos salários e no bolso dos trabalhadores”, acrescenta.
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região
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