Repúdio contra retaliação a três bancários nos EUA
O Sindicato dos Bancários de São Paulo encaminhou carta ao presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, para denunciar a prática antisindical do banco espanhol ao demitir três bancários da instituição nos Estados Unidos. O documento que está circulando o mundo por meio dos sindicatos, em solidariedade aos trabalhadores, cobra do banco espanhol a reintegração dos trabalhadores e desta forma, que a prática do Santander passe a condizer com o discurso.
“Eu devo enfatizar que a nossa organização cumpre integralmente em todos os países com as convenções da OIT sobre liberdade de associação e direito de aderir a sindicatos. Nossos gestores sempre mantiveram as posições de neutralidade absoluta nessa matéria.” Esse foi o discurso Sr. Gorostidi, diretor de Relações do Trabalho do banco, registrado em documento datado em 18 de fevereiro de 2010. Dias depois, em 7 maio, ele reafirmou posição em reunião, na Espanha, com a Uni Sindicato Global, ao dizer que o Santander desenvolve relações positivas com os sindicatos em todos os países nos quais opera.
Não foi o que aconteceu com os bancários Steve Crowley, com mais de 30 anos de banco; Janice DeJusi e Gary Rozenas que foram demitidos depois de se reunirem com outros trabalhadores e assinarem uma carta na qual se enumera preocupações com salários baixos, falta de pagamento de horas extras, altos custos dos cuidados de saúde e sobre a necessidade de se estabelecer sindicatos nos Estados Unidos. Eles relatam que antes das demissões foram repreendidos e proibidos de conversar sobre a criação de sindicatos.
A reunião de 7 de maio na qual o Sr. Gorstidi faz discurso diferente da prática, era justamente para discutir a reivindicação dos bancários sobre a criação de acordo marco global, direitos mínimos para trabalhadores do banco espanhol, em todos os locais que a instituição atua. Inclusive o acordo marco global é alvo de campanha mundial de trabalhadores do Santander e HSBC no mundo, cujo lançamento foi realizado em São Paulo, em março passado.
“Essa atitude do banco Santander só reforça a necessidade de adoção de um acordo marco, para que bancários em toda parte do mundo, até mesmo nos locais onde a organização dos bancários ainda não está estruturada, ou seja, com proteção frágil – como é o caso dos EUA -, tenham direito à organização sindical sem ingerência patronal e à sindicalização sem retaliações, repressão ou discriminação”, afirma a diretora do Sindicato, Rita Berlofa, que também coordena a Rede dos Trabalhadores do Santander na América pela UNI Sindicato Global e pela Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul.
Na carta enviada a Fábio Barbosa, o Sindicato ressalta que não pode aceitar esse tratamento dos empregados do Santander. “Vamos trabalhar em conjunto com a UNI Sindicato Global e outros afiliados para garantir que todas as medidas sejam tomadas para proteger os direitos desses trabalhadores. Esperamos que o Santander aja rapidamente para garantir que esse caso seja investigado e os trabalhadores reintegrados. Qualquer outra posição seria claramente contrária aos compromissos Santander em termos de responsabilidade corporativa. Seria colocar a reputação do banco em risco”, diz o documento.
Fonte: Seeb SP