Problemas no VA e VR geram protestos de bancários do Santander
Em Dia Nacional de Luta, bancários relatam dificuldades para a utilização dos cartões da bandeira Ben Visa Vale, marca do próprio banco, e que precisam utilizar recursos próprios para se alimentar
Bancários do Santander realizaram, nesta terça-feira (14), um Dia Nacional de Luta para protestar contra as dificuldades para utilização do Bem Visa Vale Alimentação e Refeição, marca do próprio banco. Antes de a alteração ter sido concretizada, o movimento sindical alertou sobre os possíveis problemas, que se confirmaram.
Em São Paulo, foram realizados atos na Torre Santander e Geração Digital. “Os bancários se sentiram representados e concordaram com nossas intervenções. O banco precisa resolver imediatamente o problema da rede credenciada”, conclamou o presidente da Afubesp Fernandes.
Segundo o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na mesa de negociações com o banco, Mario Raia, o banco, que já havia ignorado o alerta do movimento, respondeu ao ofício que enviamos solicitando providências, com informações que já nos tinham sido passadas anteriormente. “Agradecemos a prontidão na resposta, mas não queremos informações repetidas. Queremos a solução para os problemas relatados ao banco”, disse.
Resposta do banco
Em resposta ao ofício enviado ao banco pela Contraf-CUT e demais entidades de representação dos trabalhadores, o banco repetiu a orientação para que os funcionários indiquem “os locais que utilizam rotineiramente para suas compras com o vale refeição e alimentação, sendo que os últimos seis meses foram dedicados para essa ação de credenciamento de locais”.
Repetiu também que, atualmente, a Ben possui mais de 120 mil locais credenciados no país e que mais de seis mil pessoas estão envolvidas na ação de novos credenciamentos. O banco informou que a meta é fechar o ano de 2019 com cerca de 300 mil locais credenciados.
Funcionários do Santander de vários de locais do país entraram em contato com os sindicatos e informaram que muitos dos locais que aparecem como cadastrados na rede do Bem Visa Vale não aceitam o cartão e que estabelecimentos indicados para o credenciamento 30 dias antes do dia marcado para o início da utilização do novo cartão ainda não estão cadastrados.
Informação nova
Segundo os representantes dos trabalhadores, a única informação nova na resposta do Santander é que “os dados obtidos pelo banco e pela Ben dão conta que os funcionários utilizaram seus cartões a partir de 30/04 com mais de 30 mil transações desde os primeiros dias de implementação”.
“Esta informação é a prova de que os funcionários não estão conseguindo utilizar adequadamente os cartões. O banco possui 48 mil funcionários no Brasil. Se cada funcionário tivesse utilizado uma única vez os vales, já seriam 48 mil transações. E olha que já se passaram 15 dias do início programado para a utilização do Ben Visa Vale”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.
Para amenizar o problema, o banco informou que os cartões Ben Visa Vale podem ser utilizados nas máquinas da GetNet e da Cielo, desde que ocorra credenciamento prévio.
“A GetNet é outra operação própria do banco. Mas, para se ter uma ideia da gravidade do problema, o cartão Ben não é aceito sequer nas agências ‘modelo’ workcafé do próprio Santander, que utilizam o sistema GetNet”, ironizou o dirigente da Contraf-CUT.
Manifestações pelo país
As manifestações de protestos por causa das dificuldades de utilização do VA e VR Ben Visa Vale ocorreram em todo o país. Como, por exemplo, em Salvador (BA), onde as atividades foram realizadas na agência da avenida Tancredo Neves.
No ABC Paulista e em Pernambuco, diretores sindicais percorreram agências transmitiram informações sobre o assunto e possibilitaram a discussão do tema e o fortalecimento da reivindicação de que o problema seja rapidamente solucionado.
Em Teresina (PI), a agência da Rua Álvaro Mendes, no Centro, teve sua abertura retardada em uma hora.
Contraf-CUT com edição da Afubesp