Greve chega ao sexto dia com 6.527 agências fechadas em todo o país
A greve nacional dos bancários completou o sexto dia nesta segunda-feira 4 de outubro e continua crescendo em todo o país: 312 novas agências não abriram suas portas, totalizando 6.527 agências fechadas nos 26 Estados e no Distrito Federal. Isso representa um crescimento de 68,9% em relação ao primeiro dia da greve, na última quarta-feira, 29 de setembro. Também foram paralisadas centros administrativos de todos os bancos nas capitais.
Em São Paulo, um dos alvos da greve foi o Centro Administrativo Santander (Casa 2), localizado em Santo Amaro, zona sul da cidade. Os funcionários deram uma grande demonstração de força e solidariedade.
O protesto teve início por volta das 5h da manhã de segunda-feira 4 com os dirigentes sindicais organizando as comissões de esclarecimento para recepcionar os bancários, que começaram a chegar para trabalhar às 7h. O Casa 2, com cerca de 1.500 funcionários, abriga o setor de tecnologia do Santander.
“A adesão foi total, os bancários estão insatisfeitos com a proposta de reajuste de apenas repor a inflação feita pelos banqueiros”, diz a dirigente sindical Tânia Costa.
Durante manifestação o gerente do condomínio do Casa 2 utilizou vários meios para tentar intimidar os trabalhadores. Com o uso da força policial, ele chegou a abrir todas as entradas da concentração. A resposta dos funcionários foi contundente: ninguém atendeu ao chamado.
“Os funcionários mostraram muita coragem e mostraram que estão dispostos a manter o movimento na luta por um acordo digno”, destaca a diretora executiva do Sindicato Rita Berlofa. O protesto só foi encerrado no final do dia, às 16h.
Greve está forte
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, o final de semana não esfriou a mobilização dos bancários. “Ao contrário, a categoria está demonstrando sua capacidade de resistência e enfrentamento à intransigência dos bancos, que continuam sem apresentar uma nova proposta com avanços econômicos e sociais”, avalia .
Os bancários reivindicam 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção da saúde que inclua o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades para todos e mais segurança. Os bancos propuseram apenas reajuste de 4,29% (a inflação do período) e rejeitaram as demais reivindicações.
A CUT Nacional divulgou nesta segunda-feira 4 nota de apoio à greve nacional dos bancários. Para a CUT, “trata-se de uma greve inevitável, forjada pela insensibilidade e inflexibilidade dos bancos, que a despeito de todo o lucro que vêm amealhando ao longo dos últimos anos e do ambiente estável e de crescimento econômico, construído pelos brasileiros e brasileiras, respondem à justa demanda dos bancários com uma proposta de reajuste que seria risível, não fosse ofensiva”.
A nota, assinada pelo presidente da CUT, Artur Henrique, “reivindica uma mudança de postura por parte dos bancos e o início de negociações em patamar diferente do atual, buscando garantir dignidade para os bancários”.
Contraf CUT e Seeb SP