DIRETORIA DO BANESPA REFAZ CÁLCULOS, MAS SONEGA INFORMAÇÃO SOBRE PROVISIONAMENTO DO FUNDÃO
Em nota divulgada hoje à tarde, a Agência Estado informa que o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Vaccari Neto, disse que o Banespa vai provisionar “mais R$ 1 bilhão para o novo Fundo de Previdência Complementa destinado aos funcionários admitidos antes de 1975”.
Ainda segundo a nota, a assessoria de comunicação do Banespa teria dito que não comentaria o assunto por tratar-se de um dado sigiloso do balanço que só será apresentado no final deste mês.
Desrespeito. ” Parece piada, mas trata-se mesmo de um profundo desrespeito da diretoria do Banespa para com funcionários, e acionistas”, foi o comentário sobre a nota proferido pelo presidente da Afubesp, Eduardo Rondino.
Para Rondino, basta relembrar o processo para ver como a diretoria está sendo contraditória. Ele lembra que inicialmente a diretoria do Banespa não admitia de jeito nenhum que o valor de R$2,9 bilhões provisionados era insuficiente para a complementação. “A diretoria do Banespa nunca apresentou os estudos atuariais que sustentavam os tais R$ 2,9 bi, que a gente questionava, não negociou com as entidades de representação do funcionalismo nem agiu com transparência.”
Ele diz que após o Comunicado Relevante publicado no jornal Gazeta Mercantil é que o banco teria começado a rever sua posição e até soltou nota à imprensa informando que a diferença não ultrapassaria 10% do valor atualizado do provisionamento, então de R$ 3,2 bilhões. E no dia 18 de janeiro, na reunião do Conselho de Administração do Banesprev, a diretoria do Banespa disse que estava provisionando mais R$ 1bilhão, mas esse dado ela não divulgou à imprensa.
“Agora”, diz Rondino, “eles(da diretoria) vêm com essa de sigilo bancário. Se antes eles podiam alardear que não existia diferença, depois que era só 10% , por que agora virou sigilo? Só para não admitir que os banespianos estavam certos ao denunciar o problema?. Isso, para mim, se chama irresponsabilidade.”
fonte: AFUBESP