Demissão de funcionário do Santander é cancelada
Orientado pelo Seeb ABC, gerente recupera o emprego. Ele foi demitido em novembro, quatro meses após ter sofrido sequestro
A briga pela reintegração de H.M.S. (por questões de segurança não divulgaremos o nome) durou três rounds. Dois médicos do banco não quiseram assumir a responsabilidade de atestar a insalubridade do trabalhador demissionário. O terceiro se rendeu às evidências e não titubeou: cravou inapto para a demissão. Em bom português, que o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) não consegue balbuciar: O banco não pode te demitir, pois você precisa se tratar por decorrência de acidente de trabalho. O que o banco está fazendo não é correto, diria.
“Incorreto e desumano”, acrescenta Orlando Puccetti Jr., diretor do departamento Jurídico do Sindicato do ABC. “Com as provas juntadas demos uma lição para todos, para o banco inclusive, de como proceder corretamente nesses casos”, diz.
De fato, ser sindicalizado (há 21 anos) e ter sido orientado pela entidade foram os fatores decisivos para H.M.S. ter o seu emprego de volta. “A atuação e orientação do Sindicato foram fundamentais para continuar minha luta como trabalhador e me sentir forte e seguro”, constata H.M.S.
O secretário Geral do Sindicato e funcionário do Santander Eric Nilson, para ilustrar, desenha um cenário sem o Sindicato. “Imagine o funcionário tendo que negociar o seu emprego sem a representação sindical e correr atrás de médico sem orientação? O empregador se aproveita desses momentos em que a fragilização psicológica é quase que total”, alerta.
Sinais de incompetência
O Santander além de deixar evidente todo o seu desinteresse no trato do caso, foi incompetente para constatar que havia problemas na demissão do trabalhador. “O banco perdeu uma oportunidade de mostrar amadurecimento nas relações sindicais e boa vontade com os funcionários diante de um caso delicado e cheio de evidências”, comenta Orlando. “Poderia ser uma reintegração negociada”, finaliza.
Para Eric houve época que o Santander era mais aberto ao diálogo nesses casos. “As relações com o banco vem se deteriorando no último período e, como resultado, o Sindicato vem ampliando a pressão para resolver os problemas dos empregados”.
Recomeço
Agora, H.M.S. está em tratamento médico e se prepara para a volta, sem traumas, sem desrespeito e abraçado pela imensa alegria dos colegas.